terça-feira, 10 de novembro de 2009

Radio Amadorismo I



Para aqueles que gostam verdadeiramente , o Radio Amadorismo, é um hobby que embora muitas vezes estejam afastados por razões diversas e estejam adormecidos em suas participações, essa chama,parece presa num altar interior e jamais será extinta.Antigamente era até um ritual:ligar o equipamento,esperar que aquecesse,fazer a sintonia e lançar alguma chamado geral e esperar uma contestação.Hoje não precisa mais esperar que aqueça as válvulas ,não têm mais válvulas ;pra desencanto de purista e saudosistas que insistem em dizer que elas oferecem o som mais puro e cristalino.Sei lá,são outros tempos.Temos que nos adequar a momento.Só permaneceram ou permanecem aqueles que realmente gostam do Radioamadorismo, aqueles que o usavam como telefone,se despediram e migraram pro celular.

Quando criança, entramos em contato com alguns Radio Amadores nas praças ,nos eventos de divulgação; nas feiras, nas datas festivas e imaginávamos dar a volta ao mundo usando o sistema de transmissão e fazer amigos a longa distância...e mesmo sem ter sido, por esses ,diretamente estimulado a essa prática ;silenciosamente o “germe” da radiofreqüência nos contaminou, e sua manifestação , todavia, só muito tardiamente veio a se manifestar,talvez porque sempre estivera ali ,latente,esperando o momento certo para eclodir.

Na infância, lembro-me os operadores de telegrafia ,nas estações da estrada de ferro ,com aquele pica-pau :di di di di di....dá dá di di di dá... e diziam que estavam telegrafando e como sabíamos que as mensagens que eram entregues escritas ,ao andar pelos trilhos da ferrovia atirávamos pedras nos fios de transmissão, para vê-las cair...

Nos anos ’80 um “Demarchi”,zio da mulher de um nosso amigo,Pastore, tinha um transmissor (RTX) 11 metros,parece-me que “President” e uma linear “Mac L 500”,valvulada que não era uma linear tipo essas transistorizadas,fabril,sem graça .

A Mac L,não,aquilo era uma obra de arte,que quem vê nunca esquece!. Aquele amor a primeira vista, que cativa, apaixona só em vê-la. Até parece que nós olhamos pra ela e fomos correspondidos. Não foi aquele amor da menina da Andaluzia, com a alamanda amarela preso aos sedosos cabelos negros, que ternamente se encaracolava e suave caía sobre os ombros ,dando-lhe um ar misto de: timidez e marotisse. Esse tipo de lânguido e doce olhar abre uma torrente de paixão que era prisioneiro em algum compartimento secreto, que só as verdadeiras e tórridas paixões despertam... Mas o namoro,à semelhança da menina andaluz, também não ocorreu .Ele queria trocar aquela estação em um VHS,a tentação de consumo do momento U$US300,00).Gostaria de vê-la funcionando,de estabelecer algum contato,antes de decidir-me,pagaria com prazer,se gostasse. Mas, foi ficando pra depois, pra outro dia...e mais uma vez,como a menina da Andaluzia fui preterido por outro.Ele vendeu a um alemão lá de Treze Tílias,tão distante .Nunca mais vi aquela Mac L 500 ,ficou só nas minhas lembranças .Ela na serra e eu aqui no vale...mas ,sem mas ...apenas meras casualidades da vida e destino que nos reserva os caminhos escolhidos ou trilhados... !

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