segunda-feira, 23 de julho de 2012

Melancolia ‘Sadeness"

Enigma é um projeto musical do romeno Michael Cretu.Nascido na Romênia e criado na Alemanha, desde os seus cinco anos No início dos anos 90 ele nos presenteia com: ‘Enigma’, revivendo toda a fascinação e louvor do canto de gregoriano.Onde mescla a esse, a cultura atual:do amor ao ódio,da alegria à melancolia gótica ,onde a batida ritmada permite um resultado surpreendente , espantoso, aplaudido e irresistível nas pistas de dança ou nos espetáculos das apresentações.
Entre instrumento de sopro japonês shakuhachi, vocais franceses e suspiros de Sandra Cretu ,sua mulher(à época,hoje separados) cantora de sucesso dos anos 80 dão ao projeto um resultado surpreendente. Em 1993, Ele lança o segundo album: The Cross Of Changes,onde também é coroado pelo sucesso: Return To Innocence, talvez seja a melhor e mais conhecida canção de Enigma Onde vê-se o canto gregoriano,do primeiro album, cedendo espaço para os cantos étnicos . Em 1996 é publicado o terceiro album, intitulado :”Le Roi Est Mort, Vive Le Roi” No ano 2000 é lançado:” The Screen Behind The Mirror”, album que coclui o projeto Enigma. Eml 2003 é lançado Voyageur,inaugurando um novo ciclo. Em Voyager existe alguma alteraçõea na sonoridade, ritmo e instumentos, se aproximando do gênero “POP” refinado .Em 2006 sai o novo album de Enigma, com novos elementos musicais

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Eutrapelia versus Bullying

Um dia desses estávamos conversando com Herr Kaemmereit e comentávamos acerca dos poloneses que conhecemos, e do grau de relacionamento que é estabelecido quando declinamos algumas palavras,mesmo que desajeitadamente,nesse idioma.E nós lhe dizíamos:Uma ocasião o velho Ostrowski entrou lá onde trabalhamos e trocamos,com ele, algumas poucas frases que sabemos em polonês: Dzień dobry,Sr. Ostrowski,como vai? Ao que ele me respondeu:"- Bem, e tu ?.E ele continuou a falar em polonês.Ao que o interropemos ao lhe dizer que todo o polonês que sabíamos usar, já o tínhamos feito.Era meramente quatro palavras,etc.etc. Pois bem,nós comentávamos tal fato e falávamos dessa afabilidade do polonês.Ao que ele me contrariou,afirmando que não eram bem assim como estávamos pensando e avaliando de forma muito simplista.E ele nos dizia:”Se eles estão sós entre outros, que não são poloneses, se comportam assim com certa discrição mas , se eles estão entre eles mesmos e vem alguém de fora, seja quem for, de origem diferente da deles,eles exageram nas suas agressões e afrontas;e com um pouco de "wódka" na cabeça passam a ser mais agressivos ainda. A partir desse comportamento podemos dizer que não são unicamente eles que se comportam dessa forma,parece que isso faz parte da essência animal.Até mesmo entre irmãos, podemos encontrar comportamentos semelhantes.Onde o grau de interesse em comum, faz dois ficarem juntos contra o terceiro.Tais disputas e rivalidades podemos ver entre ruas ,bairros,escolas, cidades,países.É próprio do ser humano,de sua essência atávica que o grau de sociabilidade arquiva ou retém,temporariamente, condicionado frente ao relacionamento urbano, sobre a óptica de conveniência e convivência mutua.Quando tais interesses comuns são superados, iniciam-se as disputas que levam conflitos,que levam aos tribunais,que levam as guerras. Quem de nós não conhece as juras de amores eternos, entre casais apaixonados, que não resistem às primeiras agruras do frio invernal da vida e terminam,muitas vezes, nos tribunais com troca de acusações levianas,vulgares,grotescas ou as vezes até em crimes passionais com requintes de perversão???
Pois é,todos nós,indistintamente,fomos e somos vítimas de tais comportamentos, que nenhum decreto mudará.A única maneira de alterar tais atitudes,minimizar ou tornar mais tolerável, é através da educação,pois só ela possibilita ver as diferenças,entre nós, existentes e que cada um,individualmente,temos na nossa bagagem o que o outro não tem e que juntos, todos os instrumentos fazem uma orquestra, onde os ruídos dos que são percutidos, pelas nossas mãos, se somam aos sons obtidos pelo tocar do arco nas cordas, suavemente, de um violino ou uma carpintaria onde o serrote jamais poderá cumprir o papel de martelo.Todos,indubitavelmente,fazemos parte do mesmo propósito e esse torpor,que aliena, só será quebrado quando as asperezas das pedras que nos revestem forem aparadas, polidas e revelar a essência de LUZ que é uma só .Embora as velas tenham tamanho diferentes, a LUZ que emana da sua chama tem a mesma luminosidade. Desde os gregos existe essa preocupação com a eutrapelia ,onde lhes parecia saudável,desde que praticada com virtude,isto é que não visasse ferir ou causar constrangimento,e ele diz que são muitas as maneiras de se externar o que agrada ou desagrada ,mesmo entre o riso.Tornando odiável ou agradável a manifestação e ficando indeterminado o que fere ou o que agrada a quem ouve..Pois esse não é mais que um repouso temporário e necessário para o espírito.
A Ética de Aristóteles apresenta a eutrapelia como uma virtude , que leva o homem a ter bom humor na suas ações ,de modo a tornar o convívio descontraído e agradável. Onde mostra que a eutrapelia, está para o espírito humano como a destreza está para o corpo. É uma virtude da alma, esse prazer extraído do divertimento e denomina e reprime por vício os excessos do riso e escárnio atrevido :bomolochia(o Bullying de hoje)
Chega a compará-los "os que furtam no templo, tal qual abutres que ficam ao redor do templo para roubar as vísceras dos animais imolados". São inconvenientes e não se importam o que fazem aos outros nessa ânsia de despertar o riso ou saciar o seu próprio prazer com o infortúnio alheio. Por outro lado os avessos a eutrapelia , aos quais ele chama de agroikia, são os de seriedade excessiva dos e que se irritam facilmente com os que usam do humor para se aliviarem das tensões a que se submete o espírito.São rígidos e rancorosos consigo mesmos e jamais se sentem dóceis ou brandos por esse prazer de distração.Eles em nada contribui para um intercâmbio social fazem muito mais mal a si mesmos,por não se permitirem a esse descanso do espírito,mesmo que dêem descanso ao corpo .São aqueles que se servem do ditado: “Muito riso,pouco siso!” Quanto mais extremo são as condições de sobrevivência,como no extremo norte mais vamos encontrar adeptos de tais comportamentos agroikios.
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quinta-feira, 12 de julho de 2012

“Hermannkuchen“

História do “Hermannkuchen" ou “Bolo do Hermann ”, tem sido transmitido de pessoa à pessoa, por mais de cem anos. A mistura original do Hermann ou Bolo da Amizade começou como uma mistura de farinha, açúcar e água. A mistura foi um marco nos primórdios da fabricação do pão. Pois ainda não existia o fermento biológico disponível para aquisição ,como encontramos hoje.
sauerteig:
O início ou agente de fermentação(sauerteig) era utilizado para fazer pães,panquecas,tortas e bolo com levedura biológica,como agente de fermentação e multiplicação. As receitas atuais são meramente uma tradição que se mantém entre amigos . Nos anos ’80 conhecemos essa forma de tradição aqui na nossa “Donnerstadt”,talvez vindo da Alemanha ou...?Achamos a história,como as que dão origem as lendas, um ritual fascinante de passar adiante uma idéia e uma maneira simpática de manter e conservar as amizades. Tudo começava quando alguém era convidado para um Tee oder Kaffee, onde o anfitrião apresentava o “Hermann” aos convidados enumerando seus segredos e virtudes, como num ritual de iniciação, podia-se saboreá-lo sem parcimônia e ainda receber, na saída, uma porção para continuar a difusão da idéia e aumentar o ciclo de amigos.Não sabemos quando ou porque interromperam essa corrente.Hoje, quase ninguém lembra mais dele ou o conhece. Desafiamos uma amiga, a Frau Brandt,a começar (“o starten”) e ela conseguiu descobrir o segredo do iniciar,passamos assim a manter o hábito de a cada Natal - Weihnachtsfest ou Osterfest – distribuir pequenos Hermann aos nossos amigos,já prontos.
Bem,continuando a história ,quando presenteamos um amigo com o Hermannkuchen , anexamos as instruções de como proceder na “alimentação do klein Hermann”para que ele cresça e se torne em um "groß Hermann" com bastante nozes,passas,seja consistente e saboroso para ser apreciado num bom café, em conversas amenas ou filosofia de entardecer... A mistura fica reservada por 72 horas, até que se torne um fermento estável. E de acordo com o ritual, o fermento é alimentado e agitado diariamente. Durante dez dias com uma colher de madeira.Se isso não ocorrer, essa partida inicial fracassa Considerando que tudo dê certo, o Hermann resultante deve ser dividido em três porções.O velho e enigmático número três,até na culinária se faz necessário.A primeira porção será assada. A segunda porção será mantida para um novo Hermann ,e a terceira porção será dado a um amigo daí derivando o nome de “Bolo da Amizade”, com as instruções para que se proceda da mesma forma . Antropologia-Amor-Amizade Estudos antropológicos afirmam que as pessoas gostam de compartilhar com os seus amigos ou com aqueles que lhes são caros, suas experiência e descobertas ;onde investiram seu tempo,onde possa permear e crescer a aproximação ,é como doar algo de si mesmo. Embora o “ Hermannkuchen” possa parecer uma frugalidade ,ele vai além dessa análise tão simplista;pois o que aproxima e o torna interessante ,não é o “Bolo Hermann” propriamente dito,qualquer um poderia comprar na confeitaria mais próxima, uma torta bonita e saborosa.O que o torna interessante é o ritual do seu crescimento que se processa dia após dia,como as amizades que se solidificam a partir do calor,do contato,dos pequenos gestos que nos tocam e aumenta como esse fermento(sauerteig)
O Hermann tem um sabor marcante , diferenciado e único pois, por depender de fermentação biológica ele reage diferente a cada um,a cada estação do ano ou dias secos ou úmidos,ensolarados ou chuvosos, etc,etc:na forma de agitar ,no amor que é depositado,no carinho com é tratado.Assim como a própria amizade que é sólida,duradoura,verdadeira que reage e cresce numa reciprocidade e harmonia. Os ácidos presentes, derivados da fermentação e encontrados no Hermann lhe conferem individualidade. Nenhum Hermann é igual ao outro.Como nenhum amigo é igual ao outro.Amigos são amigos tem suas características pessoais intransferíveis ,que os tornam no que são.Os Hermann de Confeitaria não têm alma,como os Hermann feitos em casa;Nas panificadoras, eles são produzidos as centenas,em máquinas . Também não são unicamente os ácidos presentes na fermentação que conferem individualidade ao Hermann.É todo o cerimonial em que se processa o seu crescimento,é a conversa que ,às vezes,muitas pessoas têm enquanto estão trabalhando,como quem trata uma criança com carinho e amor.São os ácidos ali presentes que o ajudam a preservar a “partida” inicial, e impedem o desenvolvimento de certas bactérias exóticas que podem inibir seu crescimento e o degradar. Da mesma forma, existem fermentos que estimulam e favorecem a solidificação da amizade e estes não podem ser maculados por sombras nocivas,ciúmes doentios ou inveja nefasta que arruína as amizades e afastam os amigos.
Alterações Modernas: Evite receitas que adicionam creme de leite ou ovos. Estas misturas trazem cheiro pútrido e a aparência viscosa. Indicando que alguma coisa além do fermento está se desenvolvendo. Produtos de origem animal não são parte da receita original (starten). Podendo ser adicionados somente na parte final, quando o bolo será assado. Além disso, o creme de leite ou ovos irá propiciar o crescimento de algumas bactérias modernas:.Salmonella, Clostridium staphylococcus areus que crescem nos produtos lácteos deixados em temperatura ambiente. A versão atual do Hermann aconselha a mantê-lo refrigerado, após 72 horas oferecendo assim o uma característica de segurança adicional.
Guarde o restante 1 xícara desse sauerteig( fermento) em um recipiente na geladeira, para iniciar novo processo. * A partir desse starten ou início,considere-se o 1º dia, e, passe a etapa 2. Pode-se,também e reservar congelar uma xícara para uso posterior. Para revigorá-la deve ser retirada do freezer com pelo menos três horas de antes de usar.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Opa Manske ,o Schneider

Conhecemos “ein schneider”chamado Manske,"Opa Manske".Gordo e bonachão.Sempre com seu “grünen Hut“ na cabeça e um sorriso curto nos lábios.Nos dávamos muito bem e a ele devemos muito, das dezenas de histórias que hoje povoam a nossa memória. Todos os finais de tarde ele “pegava”a sua Brasília marrom claro e ia até a Zitta do “mittag haus” e pedia “ein bier mit ein kleinst schnaps”, zusammen“ ;hábito antigo e arraigado no regionalismo pomerano:uma cerveja e uma pinga.Em seguida ele comprava “ein Schweinwurst” pro “guaipeca” que tinha e voltava.Todos os dias era a mesma “via sacra”.Ele dizia que o cãzinho parecia saber as horas .As quatro horas ele vinha até a sala da TV e latia como que anunciando a hora .Olhava pra ele e corria pra Brasilia.E enquanto ele não levantasse e atendesse a esse chamado, ele não parava.Ele nos contava muitas história do tempo em que foi vereador e dos bailes de “Rei do tiro” sem esquecer os detalhes de quando jogava bolão ou das traduções que fez ,como tradutor juramentado.Realmente ,pouco a pouco vai borbulhando e as antigas histórias vem a tona.Tinha orgulho do Zimtbaumes.(grande pé de canela da Índia,o seu jardim).
O Sr. Lenzi nos contava uma história engraçada a respeito do schneider "Opa Manske".Ele nos disse que em uma certa ocasião um desses “pomas” da Mulde,região de colônia do município, o procurou para fazer um terno pro seu casamento, que seria em uma semana. -Herr Manske ,disse ele: eu preciso fazer um terno completo pro meu casamento que vai ser a semana que vem.Quanto tempo o senhor demora pra fazer um terno? e quanto custa ? O Opa Masnke olhou pra ele,interrompendo o alinhavo que fazia tão lentamente quando possível,aqui até nos lembramos da Chanson des Escargots- qui vont à l'enterrement d'une feuille morte, e disse :-“Pra esse mês não vai ser possível,demora mais ou menos uns quinze dias pra fazer um terno completo.E eu estou cheio de encomendas.Deixe pra casar no próximo mês.Eu cobro 200 mil réis pra fazer um terno. O Poma visivelmente perturbado,pois o casamento não podia ser adiado,disse-lhe:-Herr Schneider,nós não podemos adiar o casamento.Se eu lhe pagar 1 conto de réis ,o Sr faz pro final da semana? Veja bem são cinco vezes mais do que o Sr. cobra.Ao que o Sr.Manske ,acelerando o alinhavo lhe respondeu:-Zo, Ich muss schneller arbeiten ,Ja?“ Nesse caso,vamos ter que trabalhar mais rápido,sim? O Opa Manske,negava a história,mas ria muito quando o Lenzi a contava.Ficando no ar o suspense e as deduções do episódio ocorrido,por conta dos ouvintes.
Glossário: Ja - sim Herr - Senhor Ein Schneider - um alfaiate grünen Hut - chapeu verde ein bier mit ein kleinst schnaps”, uma cerveja com pinguinha zusammen junto “mittag haus – nome de um restaurante da cidade Mittag –meio-dia Haus-casa Mittaghaus - indica casa do almoço. Usam dizer-se “Mittag ”: hora do “mittag”Hora do almoço,quando deveria ser”“mittagzeit” “mittagessen”-almoço

terça-feira, 3 de julho de 2012

Chimarrão Domingueiro.

Hoje,bem “cedito” como sempre aos sábados e domingos, fazemos fogo no fogão a lenha e enquanto esperamos o “chiado” da chaleira anunciando, com a sua canção, que a água está pronta pro chimarrão ,preparo uma generosa de cuia de mate de erva “Jacutinga” e mal abri o armário pra esse ritual imemorial,começo a refletir sobre as diversas ervas e os seus liames “mágicos” que acordam os velhos amigos que vêm matear, formando uma “roda” de chimarrão ,nessa manhã ensolarada de inverno.Experimentamos ,ao longo do tempo em que mateamos,diversas ervas.
Algumas amargas,outras de erval mais adocicados,pura folha,moída grossa,uruguaia,argentina,etc etc.A Gaúcho “pura-folha”,ficou somente nessa experiência de primeira vez;na verdade existem os que prefiram pura folha,nós preferimos a erva moída grossa.Já experimentamos muito tipo de ervas diferentes e sobre cada uma delas,colecionamos alguma particularidade que nos vem a mente,muitas vezes,quando “mateamos de solito” A Joice de Erechim, colega de estudos ,sempre acrescentava algum chá ao mate.Ora era camomila,outra vezes macela do campo,cidrão,etc.Não fica ruim,mas a preferimos pura e de boa origem.A madrugada,foi uma erva que tomamos por bastante tempo e invariavelmente nos lembra os amigos do tempo de “USE - Santa Maria”A Lohmann,sempre nos lembra a Rosa Münchow.Já a erva Anzolin,nos lembra o Rubens Schlei(o Chico)sempre tecendo os maiores elogios a essa erva :”-Olha,escuta aqui,nos diz ele:-tens sempre que comprar aquela que NÃO tem a cara do Gaúcho no pacote.Aquela com a estampa do Gaúcho não é boa.Também, tens que observar a data.Os supermercados,sempre,põem as mais velhas pra frente e escondem as novas atrás.Sempre pegamos as que estão atrás nas prateleiras e ainda nos atentamos para as datas”.A Regina também é uma erva muito boa.Mazotti,Tertúlia,etc.
Sempre vamos experimentamos novas marcas e acabamos voltando para as nossas, já conhecidas.A erva Yacuy conhecemos no curso que fizemos em Joinville ,lá no Thum;e ainda conservamos a primeira embalagem em recipiente plástico:prático e eficiente para conservar a erva.A erva jacutinga conhecemos lá no amigo Lenzi,ele se foi ,mas a lembrança permanece, e ele redivivo nelas.E , vez por outra, quando um fazemos um chimarrão com essa erva., parece que ele se faz presente para “prosear”um pouco e contar “causos” antigos:O incêndio dos Lorenz,e aqueles que enriqueceram desviando mercadorias.E nominava cada um deles.O incêndio dos Schoereder,onde ele trabalhou por muito tempo.Ele nos dizia:-“se nós quiséssemos teria ficado rico roubando ou desviando mercadoria na época do incêndio,em meio aquela fumaça toda jogávamos os pacotes pra fora e os “espertos” levaram pra suas casas,conheço muita gente que ficou rica roubando dali.Mas, nunca pegamos nada de ninguém. Ah! Como guardamos boas recordações dessas conversas que tivemos, tantas vezes.
O grande dilema da produção “tupiniquim” é o milagre da multiplicação do produto sem aumentar o plantio,as instalações,etc.Quando as ervas são boas e a procura é maior do que a produção,o que fazem os produtores pra suprir o mercado ???Simplesmente adulteram o produto.Ora acrescentado qualquer outra folha a Ilex paraguariensis” ora colocam restolhos desclassificados ,outras vezes comprando ervas de ervateiras menores e desconhecidas ,cujo preço é bem inferior e ,infelizmente,a qualidade também.É um milagre diabólico,pois logo os consumidores sentem a diferença na qualidade do produto a abandonam e trocam de marca.  Santa Catarina ,o sul do estado,é grande produtor de farinha de mandioca.Fizeram,há alguns anos já passados, um contrato de grande expressão com a Alemanha para exportação de farinha, mas demorou pouco tempo e os alemães rescindiram o contrato.Por que?.O que ocorreu foi coisa semelhante.Eles pensaram que o alemão não conhecia farinha e adulteram o produto para aumentar o lucro.Tem uma vinícola lá na região de Bento que compram vinho de outras vinícolas algures e engarrafam com se fossem produção própria,já que são renomados.Sem esquecermos também da tercerização:,o milagre da multiplicação dos produtos que se espalha de forma acelerada mundo a fora.Têm muitas empresas de conservas que o produto já vem até rotulado.Nos lembramos das ervilhas da tão conceituada Hemmer que era tão duro que precisava terminar o processo de cocção em casa.Com as malharias não é diferente .Têm empresas aqui em Santa Catarina que estão mandando pra China malhas para serem costuradas lá,a um preço infinitamente menor,por conta dos custo sociais acrescidos à folha de pagamento, que encarecem o produto. E esse fenômeno certamente não é unicamente nosso.Esses dias estávamos num supermercado em Piriápolis(Uruguay)(a Punta del Leste dos menos afortunados) e esperando encontrar os tradicionais produtos uruguaios,principalmente a lã de boa qualidade.Hoje, nas etiquetas,pode ser visto made in China,Indiaetc. Bem ,mas isso é um fenômeno de adequação mundial que ,infelizmente, acaba o regionalismo,dado a uma concorrência desleal .Muitas vezes com produtos de baixíssima qualidade,descartáveis.Experimentem bater um prego, de aço brasileiro Gerdau, com um martelo de 1,99 vindo da China e da próxima vez comprarão um martelo made in Brasil.
Mas,voltando ao chimarrão e toda essa conversa solitária,”mateando de solito” junto ao fogo,onde os nossos companheiros de “roda” sopram de vez em quando alguma idéia,que pensamos que é nossa,e apenas as transcrevemos com um dom de vidência...onde as ondas de energia, jamais se perdem...São captadas e convertidas...Escutamos Jaime Caetano Braun,o pajador das Missões declamando alguma das suas poesias e somente saímos do transe ,quando alguém interrompe esse etérea atmosfera, criada pelo simples gesto de fazer um chimarrão domingueuiro. Obrigado meus amigos e companheiros de jornada pela “roda” de chimarrão e por todas essas boas lembranças que mantemos vivas...

Vejam também: http://tubaltrentino.blogspot.com.br/2009/05/chimarrao-de-sao-marcos.html http://tubaltrentino.blogspot.com.br/2011/02/chimarraoune-infusion-base-de.html

Maçanilha* do Bolicho do Alegrete 

http://tubaltrentino.blogspot.com.br/search?q=ma%C3%A7anilha+do+bolicho+do+alegrete

 




JATeixeira