quarta-feira, 20 de abril de 2011

Anti Arte Cinq Fois Deux


Acreditamos que o grande equívoco de muitos escritores, cineastas, artistas, mentores de produção de TV, cinema,teatro,etc.que se reporte a infelicidade humana, e procurem extrair dali um prazer estranho e doentio.É um equivoco,um grande e lamentável equivoco. Pois, a infelicidade vive-se cada dia:nas emboscadas diárias das grandes cidades,nos jornais que banalizaram a agressão,a morte,o estupro, a leviandade e dali tiram ,com o sensacionalismo suicida por banalização dos valores e virtudes, que já não escandaliza, a sua própria morte; nada mais fazem do que escreverem seus próprios epitáfios.Acreditamos que se se vai a um teatro,cinema etc.querem ver um mundo que dá certo,queremos nos personificar em uma algo bom e que segue um caminho feliz.De infelicidade,basta a que temos no dia à dia.Na nossa miséria cotidiana.Ver filmes,ensaios fotográficos ou pinturas sobre a fome,quando nós próprios já somos os esfomeados.E uma visão patética ver pessoas jogarem bola com a cabeça dos inimigos ,mas quando essas cenas são vulgarizada por repetição, passa-se aceitar como o inevitável que está por vir.É uma forma estúpida de acreditar que é incólume e pode velejar acima dessa vanidades. Nada mais fazem,se não plantar os seus próprios destinos e o que é pior acompanhados de uma legião de crédulos seguidores ,pois até mesmo aquele que aufere lucro com a venda de féretros,um dia o terá como morada.Portanto,se tais ímpios que plantam,através de suas criações,o medo o horror, o infortúnio, a imoralidade, a falta de Deus nos corações dos homens,também está plantando para si e para os seus a própria colheita.Eles, os criadores, se travestem para ver assim,ou enxergam assim a trajetória do cotidiano das grandes cidades,dos campos da miséria humana,onde elas se encontram.Eles ganham explorando a miséria,que não é a deles mesmos,pois os que estão com fome não escrevem uma ode a sopa ou ao pão e sim buscam um bocado que a saciem.Mas eles são insensíveis a essa realidade, pois após brincarem de filósofos míopes,eles voltam para o conforto das suas vidas;vidas que podem até ser despojadas de qualquer valor ,virtude ou sentimento Mas com certeza é plena de conforto e deleite.Mas, até eles aspiram alguma coisa,só que o intelectualóide ,nos modelos vigentes,impõe esse partos monstruosos e malditos que são glamourizados por uma crítica acéfala ,de ação desconstrutiva,que trabalham em reverso
Queremos ver filmes bonitos,com pessoas bonitas,felizes, a semelhança do filme com Charles Heston ,(Última esperança da Terra)onde o seu amigo “Sol”,pede para ser imolado e morre vendo cenas felizes...

Em que nos melhora,nos faz rir ou nos deixa felizes a banalização do medo e da carnificina?? A glamourização do horror deve ter um propósito mais horrível ainda. Se alguém nos dá um sorriso,meio amarelo e sem jeito,no mínimo é devolvido, as vezes até mais jovial.Se alguém sai de um filme que retrata a miséria humana,o outro lado das nossa ambições e desejos mais primários,saímos dali derrotados;despojados de sentimentos de perpetuação e continuidade;saímos dali meio mortos,vencidos.É a antítese da sobrevivência. É o apelo mais profuso da desordem,do caos.É o fim de todo atavismo celular que nos impele continuar...matar e sobreviver !

JATeixeira



Filme Título Original: Cinq Fois Deux
País: França 2004 Duração: 90 minutos
Direção: François Ozon
Elenco: Valeria Bruni Tedeschi, Stéphanie Freiss, Géraldine Pailhas, Françoise Fabian, Michael Lonsdale, Antoine Chappey, Marc Ruchmann, Yannis Belkacem, Ninon Brétécher, Marie-Madeleine Fouquet, Pierre Chollet, Jean-Pol Brissart e Jason Tavassoli.


O casamento pode consumir-se e ter um fim previsível e feliz?

O filme “Cinco vezes Dois” trabalha ao inverso,do final para o início.Começa com o divórcio e termina no Flirt.O filme formula uma cruel idéia, que nos leva a pensar que nada vale a pena,o que começa com um desolador e amargo divórcio,termina com um ínicio de namoro feliz.E leva-nos a aceitar a idéia de que não é possível ser feliz,mais cedo ou mais tarde,o inevitável virá cumprir essa profecia maldita .

O contrato de divórcio, lido pelo advogado,não desperta nenhum interesse no casal (Gilles e Marion)que estão ali ,mas parecem alheios ao que se passa.Pois parece já está tudo decido e não há mais nada à acrescentar.
A cena seguinte os mostra em um quarto de hotel, onde a ruptura é inevitável ,onde nenhum diálogo é possível:não há nada mais para ser dito.São cenas amargas, onde a apatia cinzenta e mórbida parece ser antevéspera do fim;onde nada mais há para dizer...É caricatura do próprio desespero que parece suprimir os últimos suspiros de um amor moribundo e infeliz.
Na cena seguinte,e anterior as outras duas,já que está em reverso,ocorre num jantar na casa do casal Gilles e Marion ainda em vida marital,e está ali seu pequeno filho Nicolas.Ali também encontra-se o irmão do Gilles,que é homossexual, e seu namorado que afirma não crer na fidelidade e o próprio Gilles não acredita na felicidade do irmão, em uma história de amor entre homossexuais.A sua mulher,Marion, discorda.Ela acha que a confiança é muito mais relevante,no relacionamento.Mas a esta altura a própria relação dos dois já está estremecida e não há confiança que lhes possa salvar do inevitável divórcio.
Na cena seguinte ,mais uma vez andando de ré encontramos a Marion grávida e o marido não se encontra presente e sim os pais dela,também o símbolo falido de casamento,mantido por conveniência mas que retratam o próprio desastre matrimonial.
Recuando novamente, assistimos ao enlace de Gilles e Marion plenos de alegria e irradiando felicidade.Comemora-se o evento...bebem,dançam.Cena seguinte:Gilles dorme e a mulher sai para apanhar ar fresco cruzando-se com um desconhecido,na noite.Está recém-casada e sente um terrivel impulso de infidelidade .
Nas cenas finais ,invertidas,Gilles e Marion se conhecem durantes as férias .Gilles e Marion,ainda nos seus primeiros contatos entram no mar ,onde há um ocaso exuberante ...parecendo vaticinar que era um por-de-sol que os saudava e não alvorecer,onde principia tudo.O Ocaso parecia querer indicar, que nada daria cereto.Estranho vaticínio que se concretiza.Embora em uma ótica invertida o final do filme conclui que foi uma “história de amor com um final feliz” !Pois,na inversão de momtagem, é o início da jornada,quando os hormônios fervem,quando os olhos faiscam paixão;Quando a espera a esperança parece apontar concretização dos desejos.

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