terça-feira, 9 de agosto de 2011

Republica de Veranópolis



Estava ali cerca de 3 quadras da Odonto.6 quadras do RU(Rest.Universitário)também conhecido carinhosamente pelos seus comensais como Lavoisier, onde tudo era transformado despudoradamente.Estávamos no centro: perto dos cinemas,praças,teatro,etc.
Bem, ali tínhamos os irmãos Pastore(3)Rubem,Nério e o Nei,tinha o Gringo Migliorini,o Renato(Chargista)o Tarzã e o Jão (é isso mesmo JÂO) na realidade é o correto João,com a tônica no Ô (JÔ ÃO)mas na flexão da republica serrana,esse “O” é suprimido assim com “R” de muitas palavras. No primário, existe aquele discurso repetitivo das mestras, que com o próprio sotaque incorrigível nos “ere”(quando deveria ser nos erres” manda a gurizada repetir: o rato, roeu a roupa do rei da Rússia e a rainha raivosa, de raiva roeu o resto.E eles repetem ,mas com um único “R” sem conseguir dobrá-lo e repetem como se fosse:FeRro,SeRra,etc,As vezes ele ,mais incisivamente,carregam ainda mais e dizem ferrrrro,quando o “R” continua “enrolado” Nesse caso eles dão mais vigor ao “ere” mas continuam pronunciar da mesma maneira. Essas regras de pronúncia parece extremamente fácil,pra quem vêm de outras regiões onde essa flexão é o dia a dia e não existe nenhum esforço para tanto.Porém,o inverso também é verdadeiro,quando o meio é trocado ou invertido e as palavras têm origem diferente do habitual, do meio oriundo.Vimos aqui,algumas pessoa vindas de outras regiões do Brasil onde não existe nenhuma dificuldade em pronunciar tais palavras com “RR” mas, quando querem pronunciar as palavras do vernáculo local, se perdem feio...Tinha uma professora aqui na minha cidade,que tinha um aluno cujo nome é Siegfried( o sobrenome é mais complicado, ainda mais ,para quem está além-muro).Ele ia pra aula, e a professora ensinavam a conjugar o verbo “haver”:Eu hei,tuas hás,ele há,etc.onde o h é mudo ou suprimido.Ele chegava em casa e ,como todos nós o fizemos,repetia em voz alta o que aprendeu e corretamente.O pai ouvindo ,o corrigia,dizendo:Não é “ei” é eu Rei,tu Rás,ele Rá,etc.pois em alemão a pronúncia da letra h é como se fosse um “R”,como em Hitler,embora já tenhamos visto pessoa pronunciar “Ítler”.Em resumo ele era xingado pelo pai,por não saber pronunciar corretamente e era xingado na escola por fletir a palavra como ensinara o pai .E já a pronúncia do “R” como “Rommel” é como esse “ere”.Lembro-me da controvérsia gerada em torno do nome é do Médico Nazista Josef Mengele.A rede Globo pronunciava Mengele,enquanto a Rede Manchete pronunciava, em alemão fluente, como Mêngele ,acentuando a letra “E” ,inclusive chegou a exibir um jornal alemão ,onde era pronunciado como tal.Outro caso curioso foi o seqüestro de um empresário paranaense “Wiesel” onde eles (a Globo) pronunciava “vie é zel” quando é tão simples lembrar a memória coletiva do óleo que abastecem os ônibus e caminhões:Óleo DIESEL,ninguém diz : “di é zel”.

Mas voltando a República onde chimangos e maragatos convivem em harmonia,o nosso engenheiro Tarzã, desenvolveu uma campanhinha suis gêneris .O Rubem,gostava de colecionar essas velharias ,cujo os chics denominam:” merveilleuse du collectionneur” .Pois bem,ele tinha um ferro de passar,daqueles do tempo do “Ariri pistola” e estava abandonado em uma prateleira esperando um destino mais nobre.O Tarzã achou o destino mais útil e prosaico pra ele.Amarrou um barbante no “braço” do ferro e deixou a tampa sem a presilha de segurança e passou esse barbante pela lateral da porta,onde colocou um aviso puxe e solte,Ao puxar elevava-se a tampa do ferro e ao soltar ela baixava, fazendo barulho,indicando que tinha alguém à porta.
O Gringo e o Renato,na falta de vinho bebiam “azeo” de vinho ,em dialeto republicano.Em italiano correto chama-se aceto o nosso velho e bom vinagre, que para temperar uma “radicchio” não tinha melhor.
Uma certa ocasião o Gringo precisava estudar para uma prova de “qualquer coisa”,não lembro agora;E ele adormecia muito fácil.Então ele pediu:Não me deixem dormir,senão vou me ferrar na prova.Começava estudar,já “roncava”.E os republicanos:Gringooooo,acorda maledetto ! Tá...Tá.Daí a instantes dormia de novo.Eles pegaram um fio ligaram na tomada e colocaram cada um num pé diferente.O Gringo velho deu um grito e pulou da cama,”porco zio!”cambada de maledeto,querem me matar? Não precisava exagerar, né?”Mas, não dormiu mais .

Tarzã, o Don Giovanni republicano,tinhas uma gurias que sempre estavam ali,nossas amigas .Elas eram amigas de todos ,sem distinção mas,uma delas parece que tinha uma “quedinha” pelo Tarzã.Ela o convidou para o aniversário dela e pediu que encenasse uma cena de ciúme para o namorado que também estaria lá.Ele não teve dúvida,quando chegou lá, ela os recepcionou à todos e ele a puxou pela cintura e deu um beijo “bien caliente” E dise:Buenas ! Estamos aqui,onde está “el” outro?.Depois de conversaram um pouco e ele perguntou novamente,mas afinal quem é esse teu namorado,que queres provocar ciúme? Ela disse:Não tenho...eu pensei que assim tu quebrarias o gelo.O quê? Sai de mim,Ofélia.Acabou o romance por aí mesmo...
O Rubem era apaixonado por armas,caça e tinha uma classificação...Ele dizia pra “M” sua ex.Bem,primeiro minhas armas,2º as minhas caçadas,3º os meus discos,4º... a “M” acho que ela estava lá no 10º lugar.
Quando o RU estava fechado o jeito era se socorrer no Malica .O Malica era um mosqueiro que tinha ali perto da República .Parecia aquelas tendas árabes de Marakesh onde gatos e guapecas circulam livremente e em harmonia ,Mein Gott! Se lembro daquela higiene,acho que foi dali que partiu a inspiração e modelo pra criar a ANVISA

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