quinta-feira, 20 de junho de 2013
Islândia e a lição de Democracia
“Os Sábios aprendem com os erros dos
outros, os tolos aprendem com seus próprios
erros, e os idiotas nunca aprendem!” provérbio Chinês
O povo islandês mostrou
que sem destruição nenhuma,de forma ordeira e pacífica se posicionou contra o
sistema da nova ordem mundial ,dá uma lição de democracia ao resto do mundo
Ao invés de
pagarem 3,5 bilhões de euros cobrados pelos bancos - o povo islandês decidiu
punir os responsáveis pela crise e começar tudo do zero. Resultado: não pagaram e ainda conseguiram
respeito e assistência internacional do FMI no valor de um empréstimo de 1,65
bilhões de euros; antes de março 2012, já haviam pago 343 milhões de euros.
País com uma das democracias mais antiga do mundo, cujas origens remontam
ao ano 930, e que ocupou o primeiro lugar no relatório da ONU do Índice de
Desenvolvimento Humano de 2007/2008., onde demitiu todo um governo, nacionalizaram-se os principais
bancos, decidiu-se por não pagar a dívida que o governo demitido criou, com
Grã-Bretanha e Holanda,com uma política financeira equivocada .Uma Assembléia
constituinte irá reescrever a nova
constituição do país.E tudo isso foi feito de forma pacífica: com base na reação
e indignação do povo contra a atitude comprometedora de seus governantes
demitidos. Esta foi uma revolução contra o poder político-financeiro que os
conduziu até a crise atual.
Eis aqui uma breve
história dos fatos:
- Em 2008, os
efeitos da crise na economia islandesa são devastadores. Em Outubro foi
nacionalizado o Landsbanki, principal banco do país. O governo britânico
congela todos os ativos da sua subsidiaria IceSave, com 300.000 clientes
britânicos e 910 milhões de euros investidos por administrações locais e entidades
públicas do Reino Unido. O Landsbanki e o banco
Kaupthing e o banco Glitnir também são
atingidos. Seus correntistas da Islândia e da Holanda, têm que reembolsar das suas poupanças 3.700
milhões de euros de dinheiro público. Se por um lado o conjunto das dívidas
bancárias de Islândia equivale a várias vezes seu PIB,por outro lado, a sua moeda é
desvalorizada e a poupança suspende suas atividades depois de uma perda de 76%.
- O governo
solicita oficialmente ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que aprova
um empréstimo de 2.100 milhões de dólares, completado por outros 2.500 milhões
de alguns países nórdicos.
- Os Protestos em
frente ao parlamento em Reykjavik aumentam e o governo antecipa as eleições.Os
protestos provocam a demissão do
primeiro-ministro, o conservador Geir H. Haarden, e de todo seu governo em
bloco. É o primeiro governo que cai vítima da crise mundial.
- 25 de Abril é
formado uma governo de coalizão formado
pela Aliança Social-democrata e o Movimento de Esquerda Verde, encabeçado pela
nova Primeira Ministra Jóhanna Sigurðardóttir.
- Ao longo de 2009
continua a péssima situação econômica do país e no ano fecha com uma queda do
PIB de 7%.
- Através de uma
lei é proposto a devolução da dívida a
Grã-Bretanha e Holanda mediante o pagamento de 3.500 milhões de euros, debitado
a todos os seus cidadãos mensalmente durante os próximos 15 anos. Os protestos
continua e o povo volta às ruas pedindo
que a lei seja submetida a um referedum popular. Em Janeiro de 2010 o
Presidente, Ólafur Ragnar Grímsson, não assina e a envia para uma consulta polpular .
- Em Março 93 % da
nação islandesa diz NÃO ao pagamento da
dívida.O povo islandês consegue uma grande vitória e de forma pacífica.
- O Fundo Monetário
Internacional suspende a ajuda econômica
numa tentativa de forçar a devolução da sua dívida.Simultaneamente ,o novo
governo começou uma grande investigação para apurar as responsabilidades e vários
banqueiros são presos
- Em meio a essa
crise, é formada uma assembléia constituinte para redigir uma nova constituição.São
escolhidos 25 islandeses sem filiação política . A assembléia constitucional inicia
a elaboração da nova carta magna do país
,a partir das recomendações acordadas em diferentes assembléias realizadas por
todo o país. A constituição deverá ser aprovada pelo atual Parlamento e
ratificada pelo próximo Parlamento , das
próximas eleições legislativas.
Uma outra medida "revolucionária" do parlamento
islandês: a Iniciativa Islandesa Moderna para Meios de Comunicação (Icelandic
Modern Média Initiative), um projecto de lei que pretende criar um marco
jurídico destinado à proteção da liberdade de informação e de expressão.
Pretende-se fazer do país, um refúgio seguro para o jornalismo de investigação
e a liberdade de informação onde se protejam fontes, jornalistas e provedores
de Internet que hospedem informação jornalística; um inferno para governos e o paraíso para
Wikileaks. Os meios de comunicação tradicionais no mundo não divulgaram tais
notícias
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