“Nem sempre depende do professor fazer bons alunos.
Precisa-se da ajuda da natureza :até a boa semente deve achar o terreno adequado”
NB
Um dia ,o professor ordenou que os alunos escrevessem os números até 2000. Um certo aluno, extremamente contestador, foi chamado ao quadro, quando da correção. O professor viu que o texto desse aluno estava equivocado quando se referia ao número quinhentos. Pois nos números 500 e 1500 ,ele havia escrito: cincocentos e mil e cincocentos. O professor, era um Monsenhor, a quem os alunos chamavam ”XICÃO”, o chamou ao quadro e disse-lhe ,de maneira pouco sutil e desdenhosa, que ele estava errado naquele número. Ele protestou e afirmava que se era mil e quatrocentos, mil e seiscentos, mil e setecentos etc por que não cincocentos, mil e cincocentos etc. Em francês era cinqcents , mil et cinqcents .O Monsenhor, visivelmente transtornado ,por ter sido contrariado, com aquela teimosia do seu aluno; a quem ele grafava muitas vezes com alumno do meu gimnásio e tratava a todos por “ZIZINHO” .Levantou-se já meio encolerizado e disse-lhe :
Professor: -Zizinho, você está expulso do meu Colégio ! Isso é teimosia de um galicismo inútil .Pois em português é assim ! a raiz do latim clássico é quinque, cinco.
Aluno: Meu Senhor ,continuo achando que eu não grafei a francesa, por tanto não é um galicismo apenas usei o exemplo de que em francês está correto afirmar assim e que não tem nenhum prejuízo usar-se tal formato em português .Não sendo alterado em nada o valor ou quantificação portanto compreendendo-se perfeitamente o descrito .Trata-se meramente de um casuísmo semântico, ou filologia retórica; em nada alterando o valor prático. Defendo o uso das duas formas de grafia.
Professor: não é Meu Senhor , e sim Monsenhor .
Aluno: Ora pois, meu caro Mestre, sendo galicismo “Mon” senhor, traduzi também para não ser redundante na minha contumácia teimosia. Quando é que é galicismo ou não ? Outra coisa ,caro Mestre, o senhor sempre nas suas preliminares demonstrações de entusiasmo febril , com os seus alunos ,tem afirmado que um cubo tem seis faces .É preciso que aprendamos a ver os outros ângulos. Os vertíces e as arestas. É preciso que sejamos questionadores . Não nos atermos aos juízos já pré determinadores etc. devíamos aprender a pensar, deduzir .
O meu posicionamento é parte do meu aprendizado .Não havendo firmeza nem defesa das minha afirmações ou pontos de vista , passarei a ser, meramente , um marionete dedilhado ao sabor do menestrel momentâneo. E sendo assim ,estivemos nós: mestre e pupilos perdidos;e equivocados também estiveram nossos pais, que confiaram a vós a nossa formação, com a crença de que teríamos o melhor; e como o próprio étimo da palavra diz: COM FIOU,COM FIARAM ou seja aquele que contribuiu na feitura do fio para que seja forte e duradouro e sustente as nossas convicções; estivemos, todos nós, equivocados durante tanto tempo. Pois dessa forma, estareis a formar ,a preparar jovens não para vida ,mas para serem manipulados, titereado :meras marionetes, bonecos animados por cordéis.
E aqui aprendi ,de vós Caro Mestre, não somente a refutar, a questionar ,a aprimorar meus conhecimentos , mas sobretudo aprendi a importância de crescer e me tornar um homem ! Portanto e para tanto se me considerares expulso de vosso colégio peço-vos, respeitosamente ,que abandoneis o vosso discurso teórico de crença nos jovens, no futuro dos jovens ou passeis a conciliar teoria e prática .Não deveis dissociar um do outro .Não estareis mais a formar e sim a contribuir para derrocada de todas as aspirações juvenis cerceando-os em carcaças vazias de títeres despersonalizados e manejados sem escrúpulos.
Professor: “Zizinho”, desconsidere a expulsão, mas atenha-se a gramática. Sinto-me atônito e feliz em saber que de alguma forma e em alguns ,foi fecundo o saber e fundamentos que todos vós transmiti; e mais uma vez afirmo que “nem sempre depende do professor fazer bons alunos. Precisa-se da ajuda da natureza :até a boa semente deve achar o terreno adequado” para medrar, desenvolver e produzir bons frutos .
JATeixeira
Um comentário:
Gostei de ler este texto bem homorado, com fundo na realidade...
Você não leu o e-mail (Texto) que lhe mandei? Ainda não recebi a foto do seu mano... não sei o que está havendo com seu correio eletrônico... (Ou com o meu)
Abraço,
Claude
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