domingo, 3 de maio de 2009

A Praça





Quanto dessa praça ainda carrego ,depois de tantas andanças.
Do carrinho da pipoca e do tabuleiro de pirulito
Jogar pião e outras disputas, em meia as crianças
Eu silencio, eu abafo e contenho meu grito
Que explode no peito essa dor contida e na face rola
Furtivamente essa antiga lágrima guardada
Da fuga de amor da primeira namorada
De quem nunca me despedi, vim embora...
Lembrando aquele jardim,a alamanda amarela
Que ornava seu cabelo, de maneira tão singela
Eu mantinha a esperança que ela voltasse, qualquer hora.
Hoje tanto tempo passou, mas ainda lembro
Era época natalina, muito quente, pleno dezembro,
Ela com seu vestido branco de renda, da alsácia,
Desfilava entre outras flores, daquela praça
Mais de uma vez passou por mim e nem me viu
Deixou-me tão triste e desapontado
Fiquei tão doente ,fiquei prostrado
Eu que fiz a mim mesmo,juras mil
Pedi a Deus, fiz mil e uma prece
Para que se ela não me quisesse
Ali mesmo eu a deixasse
E para sempre a esquecesse
E como nas velhas ” kermesse”
sem fevor,de nada valeu minha prece !...
Hoje ainda me dói na alma, pois sempre a vejo, tristonho,
Por entre as flores daquela praça, de alamanda amarela no cabelo,
Aquela terna e inesquecível menina dos meus sonhos.
JATeixeira

3 comentários:

Claude Bloc disse...

Jaques,

Eis a resposta:

Quanto dessa praça ainda carrego , depois de tantas andanças.
Do carrinho da pipoca e do tabuleiro de pirulito
Jogar pião e outras disputas, em meio as crianças
Eu silencio, eu abafo e contenho meu grito
Que explode no peito essa dor contida e na face rola
Furtivamente essa antiga lágrima guardada
Da fuga de amor da primeira namorada
De quem nunca me despedi, vim embora...

Nas vertentes da vida fica a história
As palavras ditas no verso da memória
As lembranças lindas, a lágrima cristalina
Os lábios entreabertos à espera de um beijo
Suspiros abafados pelas fendas do tempo
A menina que chora num doce lamento
A saudade que fica... soprada pelo vento

Lembrando aquele jardim,a alamanda amarela
Que ornava seu cabelo, de maneira tão singela
Eu mantinha a esperança que ela voltasse, qualquer hora.
Hoje tanto tempo passou, mas ainda lembro
Era época natalina, muito quente, pleno dezembro,
Ela com seu vestido branco de renda, da alsácia,
Desfilava entre outras flores, daquela praça

Os aromas das flores foram se esvaindo
A mão emocionada, o toque sutil
A face estampada com o rastro da dor
De uma saudade infame, da falta desse amor...

Mais de uma vez passou por mim e nem me viu
Deixou-me tão triste e desapontado
Fiquei tão doente ,fiquei prostrado
Eu que fiz a mim mesmo,juras mil
Pedi a Deus, fiz mil e uma preces
Para que se ela não me quisesse
Ali mesmo eu a deixasse
E para sempre a esquecesse

Não se pode enxergar um sentimento
Não se pode negar um pressentimento
Será que a menina alguma vez
Se deu conta que sua extrema timidez
Falasse tão alto e tão dissonante
Abafando a feição e o peito arfante
Pelo amor que sentia e escondia
Nas dobras do vestido que vestia...

E como nas velhas ” kermesse”
sem fervor,de nada valeu minha prece !...
Hoje ainda me dói na alma, pois sempre a vejo, tristonho,
Por entre as flores daquela praça, de alamanda amarela no cabelo,
Aquela terna e inesquecível menina dos meus sonhos.

O tempo da quermesse ficou guardado
No coração, na vida, na lembrança.
Não se pode apagar uma saudade
Nem as flores no cabelo, nem seu perfume
Nem do amor o viço, a cor e o lume...
A menina está adormecida
Num banco da praça à tua espera
Para que a despertes docemente
A terna menina dos teus sonhos...

JATeixeira / CBB

Jaques A Teixeira disse...

Claude,
As tuas palavras,melodiosamente,
criam vida e desfilam
preenchendo os vazios das entrelinhas
deixados por momentos insones das noites solitárias ,
Elas têm o poder de sufocar os susurros
entre as aleias do meu jardim
e fazem com que as estrelas se encham de ciúmes.
por roubares minha atenção

Merci et A très bientôt !

Claude Bloc disse...

Mon chèr...

Partilharemos infinitamente as palavras... pois elas são a essência de nossa alma, o âmago de uma saudade...

Abraço,

Claude