Não acreditamos no acaso ou que o Nacionalismo - Nativismo ajudem em alguma coisa relacionado ao tema, por vermos na dinâmica da comunicação o próprio poder e cerne da questão ; não queremos defender aqui as ridículas inserções de palavras como OFF,SALE,etc... nova tendência do anglicismo atual, essa é uma manifestação não de descaso ou descuido com a língua em si , mas um caso típico de crassa ignorância e fútil pedantismo e que fenecem tão rápido como surgem .Cremos no necessário acréscimo de novos étimos à língua e que venha a ocorrer na proporção necessária às necessidades desta. Atualmente importamos muito mais palavras do inglês ,não tão somente por modismo mas por razões práticas pois essas palavras importadas e usadas na informática, se alicerçarem nesse idioma. Por exemplo me parece muito mais razoável usar-se SITE do que sítio .Sítio evoca uma propriedade rural ou quando muito um “sítio arqueológico”. SITE direciona diretamente para Internet. Quando alguém diz que foi a um sítio ,pensamos que ele esteve em alguma fazenda. Quando nos diz que esteve num SITE ,dispensa-se dizer que ele estava conectado ou plugado à internet. Em Portugal eles traduzem o mouse para rato. Se se disser em uma escritório ,pleno de mulheres(e alguns homens(?)) pegue o rato a maioria dispara... À qualquer criança que se pergunte o que é um mouse ,ela responderá de pronto e saberá fazer uso deste e no entanto se a mesma for perguntado o que é um rato ela saberá que se trata de uma mamífero roedor ,transmissor de doenças ,etc,etc Entendemos que aqui e entre tantos casos similares que houve um enriquecimento da língua e um favorecimento da comunicação.
Um certo Cap.Xavier vindo a Blumenau-SC resolver aquela questão da história da colonização e quisto lingüístico escrevia aos seu superiores um relatório ou comentários que se sentia fora do Brasil nas ruas dessa cidade, pois os nomes das suas ruas eram impronunciáveis e todos estrangeiros :ruas Donner,Koch,Zimmermann,Deeke,Hemmer,Hering,etc,etc E pergunto ,por acaso,Brito,Xavier,Cunha, Teixeira ou quaisquer outros colocados nas nossas cidades,ruas,avenidas não são estrangeiros aos povos dessa terra ? Para os nativos, Schwiegertochter soa tão estrangeiro como a palavra NORA ... Por outro lado o idioma oficial difere em muito da língua que lhe deu origem, Em Portugal também encontramos uma diversidade de vernáculos sem uso no Brasil e muitas palavras são acentuadas de maneiras diferentes no além mar.
Não cremos que o verdadeiro sentimento de brasilidade e amor próprio se alicerce nessas bases de usar palavras em línguas estrangeiras ,sejam elas quais forem e que origem tenham. Constantemente citamos em latim que é igualmente um estrangeirismo, embora a língua que falamos seja dali derivada, mas o seu uso fora do círculo erudito soa não como arcaico mas sim como uma linguagem hermética ,no dizer atual: codificada, criptografada. Cremos que o sentimento de brasilidade ,e não fugindo do tema proposto, esteja visceralmente relacionado ao acréscimo das palavras necessárias à melhorar a comunicação e ao dinamismo do idioma, para não resvalar na hipocrisia do politicamente isso ,politicamente aquilo... E exatamente no acréscimo ,quando necessário, tem estimulado o crescimento do idioma e assumindo, muitas vezes, feições próprias e consolidando-se na sua aplicação e uso.
Se o Dante Alighieri não tivesse escrito em dialeto florentino lançando as bases da língua italiana ,certamente a história italiana seria bem diferente e é claro que houve muito antagonismo e rejeição, tanto assim que na Itália ainda tem muitíssimos dialetos vivos e atuantes e que para muitos teóricos desses dialetos a língua de Dante seria uma blasfêmia .E o dialeto florentino que cresceu e virou o italiano, não foi nocivo nem desastroso pelo contrário, unificou a Itália e permanece como uma língua em comum quando a comunicação entre os "paeses" exige, embora as peculiaridade dos enclaves dialetais ainda persistam. Na realidade não foi a língua de Dante e de outros intelectuais da época que favoreceu a consolidação do florentino como língua italiana e sim o poder econômico dos bancos venezianos que determinou isso .Por aqui não seria ou será diferente,se tais modismos fossem gerados nos mocambos do Recife ou nas palafitas de Manaus; jamais teriam assento garantidos na imprensa escrita ou falada, mas é o poder econômico que favorece a expansão ou a atrofia,alimentando ou cortando a seiva que nutre o vaidosismo simplório da inconoclastia global :verdadeiras hordas de gafanhotos predadores que como os as sete pragas dos Egito arrasam uma cultura, uma nação sugando o que têm e partem para outra... Parasitas que sufocam a plebe órfã dos Don Quixotes românticos .Poucos são os que teimam em resistir e se atiram, não mais contra os moinhos de ventos mas, contra uma rede de tentáculos cada vez mais poderosos, que nos tornam descrentes e suprime ou destrói as aspirações mais simples das línguas e anseios nacionais e permite-se dizer que essas inclusões e inserções só tendem a crescer ,para o desespero dos puristas e do costume .Cremos , como o mais piedoso dos crentes ,que antes de blasfemar e tentar exorcizar o fantasma do estrangeirismo presente no dia a dia ,dever-se-ia procurar enxergar além da vã cortina do nacionalismo trôpego e claudicante que se arrasta de maneira incestuosa nos deleituosos braços da submissão dos marqueteiros e concubinas da imprensa estéril .Dever-se-ia investir na escola, favorecendo o interesse jovem ,pois nestes se assentam as bases do futuro que nos reserva o incógnito .
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