segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sapos viram Princípes ?!



O Pior (ou melhor,quem sabe),é que, realmente, sapos viram príncipes. Existe um axioma popular que diz:”Quem ama o feio,bonito lhe parece”Ou seja ,o amor cria um filtro ou um vínculo que altera a percepção óptica dessas lentes, onde quem amam os sapos os vêem se  transformarem  em príncipes. Infelizmente, na maioria das  vezes, muitos julgam o regalo pela embalagem,ou seja  avalia-se  pela aparência.Daí derivam todos os equívocos oriundos de tais apreciações e devaneios .É óbvio que existem caminhos tortuosos onde podemos nos perder... ou cheio de variáveis e interesses pequenos...mas, partindo da premissa que esse não é o real motivo da aproximação ou distanciamento dos flechados de cupido,  nós acreditamos que essa linguagem cifrada ou criptografada e  muito antiga,quem sabe  da nossa própria gênese, esteja inserida nessa conversão ou  transmutação de sapo em príncipe,onde a conceituação da beleza se esvai diante da realidade da juventude e  cai nessa redundância:onde  a proximidade altera ou distorce essa avaliação de beleza ,onde as energias ali opostas ou de polaridade diversas: yin-yang,homem-mulher, macho- fêmea,  fluem e se completam  num universal e eterno ciclo de equilíbrio e perpetuação.

Como existem os sósias físicos onde as semelhanças são visíveis e às vezes até confundíveis;  cremos na proximidade de idéias que não estão ,necessariamente presas aos fundamentos de educação ocorridos sobre as mesmas perspectivas históricas ou influências sócio-ambientais  ou seja,cremos que existem os sósias de idéias e embora haja que considerar-se as ingerências do meio, o pensamento não é conflitante; e até poderia encontrar  a nossa própria  idéia, para o mesmo assunto e sobre os mesmos fundamentos,  às vezes, em coordenadas diferentes.Grave mesmo e até contraproducente é tratar com pessoas de linhas opostas de pensamento.Ela não gera nada a não ser desgaste e rancor.Se é possível nos adaptarmos as linhas grotescas e bizarras externas que nossos olhos, inicialmente, recusam,cremos que adaptar a “alma” é muito mais difícil,mesmo que nos esforcemos para tanto.

Acreditamos que as lentes que chamamos olhos prendem-se aos invólucros, enquanto o conteúdo não combina, na maioria das vezes ,com essa opção: é o tal do bonitinho por fora... Se”  l’ anima” se ajusta uma a outra, ela faz com que aceitemos a aparência externa um do outro;quando ocorre o  contrário é muito mais difícil de  aceitar ou compreender .

As diferenças, naturalmente, existem, e até são necessárias, dado a natureza  que nos diferenciam.Um homem jamais poderá pensar como uma mulher e vice-versa.Essa é uma lei plena,  natural, insofismável  que convém a ambos.Caso contrário seríamos  meros hermafroditas solitariamente dispersos ou espectros trôpegos como gatos neuróticos e  castrados que vivem nos apartamentos,desqualificados para os seus propósitos mais simples:perpetuar-se.

Quanto ao amor não creio que ele seja  a” transubstanciação dos instintos rudes,que anda acima da carne miserável !” A isso podemos denominar de paixão.Ela,a paixão, é febril, transitória e fenece como a juventude que se evola...como a areia que passa na ampulheta do tempo.O amor,não,ele está além dessa especulação mercantilista ou literária.Ele transcende qualquer lógica ou explicação:O amor é karios; a  beleza e juventude estão presas a Khronos.  O amor é como a fé.Temos ou não temos. Amamos ou não. Se findou, não era amor apenas, uma paixão que não resistiu a ferrugem do tempo...e foi consumida.

JAT

 

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