terça-feira, 4 de agosto de 2009

Curiosidades


Há quem diga que a curiosidade é uma das muitas características do mundo feminino, mas preferimos crer que se trata de uma das muitas facetas do perfil humano. Acreditamos que a diferença prende-se a especificidade. Enquanto a curiosidade masculina é direta e específica à feminina é muito mais abrangente e irrestrita, é isso o que difere um do outro,o homem da mulher.

Um dia desses estávamos procurando alguma coisa no Google e em uma das páginas indicada estava “o Blog “ , onde vimos publicações sensíveis próximas de mim,por algum motivo que aindo não sabia.Apenas pressentimos e sentimos, talvez, aquele sobressalto que ocorrem ao reencontro de velhos amigos ,tão distantes...

A porta entreaberta à alguns ou escancarada à outros que dominam , não o vernáculo, mas a linguagem do novo milênio:informatiquês.Entre Java,HTML,Cobol ,Delphi ou o singelo Flash,trafegamos com desembaraço e por engenharia reversa acessamos a bancos de dados onde, miraculosamente são guardados as font(es),onde ávido bebo.Apenas empaco quando as imagens são turvadas pelas lágrimas que rolam.Entramos acompanhados de antigos fantasmas das ocasiões passadas,e que não envelhecem nunca, pareciam todos felizes em nos ver e correm ao nosso encontro e nos dão as boas vindas... De mãos dadas percorremos seus becos e vielas ouvindo vozes antigas e conhecidas,daquilo que um dia já foi realidade e hoje não passa de “matrix” .onde em um caminho inverso ao Matrix somos plugados quando pequenas centelhas inflamam e provocam ignição nos nossos sensores reabilitando velhos axônios e dendritos a realizarem o milagre das sinapses mágicas que se fundem nos trazendo de volta todo o passado,descompilado e recompilado, por nossa engenharia reversa interior :Velhos sons familiares portando o aroma soprado pelo vento .Tudo parece contribuir para estimular sabores,cores e papilas gustativas O perfume era inebriante, e os rostos sorridentes... Eles nos acompanharam em um pequeno “tour”, nesse mundo que também já fizemos parte, um dia. As lembranças desfilaram...refletindo as nossas memórias, armazenadas em alguns terabites, adormecidos em lugares especiais . Sentar em algum banco ,em final de tarde ,quando retornavam as alunas e arricavamos um olhar tímido .Esses caminhos já trilhados tantas vezes, rever rostos amigos, de tempos idos ;cruzar com caminhantes conhecidos, só nos causam alegria e contentamento.Temos vontade de abraçar a todos esses, aprisionados nesse lapso de tempo, guardados no nosso santuário interior ,ao qual ninguém tem acesso, a não ser os que fazem parte desse mundo cercado e protegido.

Há muito que cruzamos o Letes, mas nem mesmo ele, todo poderoso, conseguiu apagar ou minimizar nossa memória eternizadas nas milhares de imagens protegidas nos lugares mais recônditos do nosso coração e nem impedir que as lembranças voltem. De repente ,quando um pequeno estímulo ocorre:um rosto,um nome,um som,uma cor,um perfume....uma velha fotografia, ou até mesmo aquela folha ou pétala guardada nos cadernos escolares . Não sabemos o porquê: de repente tudo está de volta, até parece que sempre estiveram ali,caminhando conosco lado a lado :tácitas e invisíveis .O que achamos foi simplesmente,por um átimo,a chave que permite acessar ou adentrar a esse universo fechado do íntimo da nossa alma, cruzar o Letes de volta.
E ali nós nos reencontramos. E nós, descobrimos a nós mesmos, a cada momento que tais fatos ocorrem, e lemos as entrelinhas dos textos e vemos os pixeis das imagens serem preenchidas na sua plenitude, e podemos compreender melhor o que elas querem nos dizer:Tudo, absolutamente tudo, faz parte de todo o mosaico que compõe o nosso ser.

Muito vento já moveram as velas amarelecidas, desbotadas do nosso moinho, mas mesmo envelhecido e povoado de fantasmas, ele continua de pé e as suas mós se movimentam devagar,não devido ao peso das pedras ou dos anos , mas querendo sentir cada grão ali interposto, como se fosse a última vez a moer; sentir o perfume do grão triturado, que enche com o seu odor, toda a casa. Nós queremos guardar esse cheiro para os dias de solidão; guardar todas as luzes e cores que alimentam essas imagens, para os dias de escuridão. Pois quando, por qualquer razão a tristeza e as lágrimas nos impeçam de ver; os sensores de direção percam o seu Norte; tenhamos o olfato congestionado ou tato bloqueado, não nos perderemos...
Pois essas imagens armazenadas ao longo da jornada encontram-se diluídas em nosso ser e elas nos preencherão, nos reorientarão e nos farão companhia; e todos, os mais queridos, não nos abandonarão,estarão ali conosco, passo a passo!
Aqui o Khronos parou... e Karios exibe os momentos eternizados que nos permite rever ,reaver esses momentos especiais que parecem retidos,para sempre, nas nossas retinas a espera de um momento para serem projetados, reprojetados...

O simples odor deixado em uma rolha ou o bouquet de uma taça de vinho tinto; uma cortina que permeia a entrada de luz , um sax que soa...ou até mesmo aquele distante dueto de violinos. Não sabemos o que ou como, mas de repente ali estão todos eles, aguardando o momento certo para desfilarem...!E como numa espiral mágica todos esses fantasmas dos momentos alegres e felizes, companheiros de jornada, se fazem presentes e nos recontam as suas história e nós interagimos, rimos e mergulhamos nesse espelho que reflete a nós mesmos e o que guardamos de mais importante da nossa caminhada...

Nós agradecemos a todos os que permeiam esse nosso universo com lembranças silentes, felizes e duradouras.

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