sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Pseudo-Criatividade


“Quando o choque da nudez passar, as cenas apresentadas serão identificadas em sua verdadeira natureza: a de pálidos substitutos para a imaginação, estilo e espírito que constituem o verdadeiro sangue nas veias da arte e criatividade”

 

Estávamos vindo para o trabalho e avistamos um grande painel(outodoor) com uma publicidade de roupa(?),ou qualquer outra coisa que queriam que fossem vista ;e se o mesmo estivesse tão bem criado, como talvez presuma seu autor, decerto saberíamos, seria esclarecedor de per si ou seja traria intrínseco sua própria compreensibilidade, não é o que ocorre. A publicidade parece anunciar roupas (?) trata-se de um jovem tricotilomaníaco que ostenta o peito desnudo , vitima do modismo depilatório ou compulsão doentia que o leva a suprimir os próprios pelos numa depilação patética. E a referência nas entrelinhas, embora ali visível, indica uma certa Home Page ,cujo o nome indica mais uma a idéia para chocar-nos. Uma tentativa grotesca de chamar a atenção para o que está à margem, como se àquele ,”estar a margem” fosse o referencial ideal à ser atingido. Indica-nos mais ,por razão obvias, a falta de criatividade: refere-se a presidiários numa tentativa de atingir ou vestir os adolescentes rebeldes. Mas com um detalhe. O casal do Painel já ultrapassaram a adolescência ,física pelo menos. A não ser que estejam, o jovem casal, numa fase de adolescência cronologicamente tardia ,ou mentalmente atrasada. Ou seja ,em qualquer das hipóteses ,estão precisando de ajuda profissional. E quando apagam-se as luzes, ou quando a cena passa... não nos lembramos mais a que estava se referindo tal painel ;Portanto ,comercialmente é ruim e como arte e criatividade é patético. 

O que salva-se então ? A idéia da desesperança que prevalece a cada ensaio que tenta sufocar o bom senso. A idéia que estamos sendo conduzidos por pessoas perdidas, alienadas ,desconectadas de idéias nobres ou propósitos inteligentemente criados. Nada dessas encenações ridículas são originais ,são cópias da piores espécies do teatralismo vulgar; os romanos já pagavam a atores para encenarem a frivolidade da época. Calígula foi um expoente no uso dessa bestialidade. Podemos hoje no deparar em todos os becos e vielas da criação humana com gritantes manifestações de comportamento doentio, vulgar e sem nada de novo Lembramos daquele artista que reuniu um grande numero de pessoas ,nus, em praça pública para uma fotografia. Ou dos apelos diários nas telenovelas e filmes ,cujo o único magnetismo é a nudez bizarra onde zumbis espojam-se orgias sexuais ,sem nenhum relacionamento com amor, afeição , alegria .Tudo é meramente um mecanicismo doentio, pois nada tem de novo à mostrar. Tem um crítico, Clive Barnes, que refere a este tipo de material dizendo : “se este é o tipo de coisa que você gostaria de ver, você está precisando muito mais de um psiquiatra do que assistir a esse tipo de filme, novela, etc. Há muita gente doente no mundo, mas não compete ao teatro, cinema ,televisão tratá-la – e muito menos às custa do resto do público.” Naturalmente isto aplica-se também aos indivíduos que fazem esse tipo “produto” e rotula tal lixo ,como arte .

JATeixeira

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