quarta-feira, 30 de junho de 2010
"La Taza de Café"
Julio Saraiva e o Café Itaytera
O Sr.Júlio Saraiva sempre costumava saborear um cafezinho no Café Itaytera, do Sr Orestes Costa, ali na Praça.Barba “cenere”,rala ,cigarro na mão esquerda,cafezinho na direita,”indimenticavel” .Não sei quem era mais conhecido,se a Praça do café Itaytera ou se o Café Itaytera da praça.Quem nominava quem? Boas lembranças do Cassino e do seu eterno “Porteiro Aluísio” , do bar do “Seu” Bantim” e das suas inúmeras e incontáveis histórias.São cenas eternas e aprisionadas em muitas lembranças,não unicamente minhas, mas de todos os que conviveram com esses.
Ali no Café Itaytera,muitas vezes, tinha algumas daquelas xícaras que sofriam pequenas avarias ou rachaduras e, assim mesmo,continuavam em uso, até passar pela mão do Sr. Júlio, ele sempre achava um jeito de descartá-las. Era até curioso ver os observadores prognosticarem: querem apostar que ele vai deixar cair aquela,diziam.E de fato, se qualquer uma daquelas estivessem com pequenas rachaduras ou trincas ,com certeza ele as deixava escapar da mão , desculpando-se em seguida.Agia salvaguardando os princípios de higiene ,30 anos antes da ANVISA. Talvez tivesse nas suas reminiscência genéticas um gen atávico da Hélade .
As xícaras ou qualquer produto de faïence,quando sofre qualquer solução de continuidade,ou perde parte do esmalte que as ”impermeabiliza” passa a sofrer um processo de embebição ou absorção de líquidos; e considerando que uma “caffetière”, onde centenas de cafezinhos são servidos diariamente, essas xícaras passam de boca em boca. Embora sejam higienizadas “adequadamente” o fato de apresentarem essas pequenas rupturas ou rachaduras podemos crer que por ali são absorvidos salivas e pequenos germes presente nas bocas.Nos assustam...
Ele fez adeptos, pois alguns outros passaram a imitá-lo nesse descarte premente e necessário em relação à higiene, e por outro lado as próprias “moças” que serviam o cafezinho,começaram também a substituir, pouco a pouco tais utensílios.
Então congratulo-me ,embora,tardiamente por esse eterno guardião, que zelava pela nossa saúde, descartando tais fontes latentes de transmissões de germes.Ou quem sabe ele estava associado aos vendedores de faïence que precisava renovar seus estoques?Sei lá,não temos mais como sabê-lo.De qualquer forma, o seu gesto ,cheio de marotice com um sorriso”furbo” no canto dos lábios, em deixar escapar aquelas xícaras,perdura redivivo em minhas memórias.
JATeixeira
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