terça-feira, 8 de junho de 2010

Que vindes aqui fazer ?



QUE VINDES AQUI FAZER?

Submeter minha vontades e vencer as minhas paixões


“Sabio é nutrir a alma”. C.G.Jung

Nós acreditamos que as paixões humanas em seus ímpetos, mais fleumáticos, têm conduzido a espécie humana muito mais a ruína do que ao sucesso. E por isso, cremos que quando esses ímpetos são submetido aos padrões de comportamento ético e delimitados por um crescimento pautado entre as colunas, da razão e do bom senso, tem nos elevado, simultaneamente, em crescimento material e espiritual , de uma grandeza interior que foge do cerceamento da matéria e nos tem conduzido acima das veleidades estéreis e temporais .

O espírito é sempre livre e transita acima das vaidades humanas, como num vôo leve sem a ação da gravitação rude das pedras toscas,que nunca se ajustam, uma as outras. Como disse o poeta do simbolismo: A PAIXÃO “É a transubstanciação de instintos rudes.imponderabilíssimos e impalpáveis que andam acima da carne miserável com andam as garças acima dos açudes”

Todos esses sentimentos de vaidade,inveja,ambição são tórridos símbolos da paixão impetuosa e incontida que arrasta os incautos para precipícios insondáveis da alma humana, que redunda sempre na ruína ;se não na própria , mas nos frutos gerados de um desejo insano e bestializado guiados por esta.Pois o crescimento unicamente do corpo é um tormento para espírito.Assim como o excesso de GH(hormônio do crescimento) pode levar o corpo a ruína ou dando-lhe um crescimento desordenado e uma vida breve. Assim os ímpetos do vaidossísmo inútil, não contidos arruínam também a alma arrastando-a para lama da licenciosidade estéril e sem volta.Assemelhando-se ao rio Letes ,onde os que o cruzavam não voltavam ,jamais;Pois é preciso que nos policiemos nesses nossos atos tão volúveis e insignificantes da temporalidade da matéria,diante da atemporalidade do espírito. Disse o Alexandre no seu leito de morte,aos 33 anos de idade .Reunindo seus generais ele lhes deus as últimas ordens.”Eu tenho três ordens finais.Primeira:Quero que meus médicos levem o meu caixão.Segundo:Quero todos meus tesouros sejam colocados ao longo do caminho,onde passará o cortejo.Terceiro:quero que os meu braços e minhas mãos estejam pendente,deixadas fora do ataúde.
Surpreso um general quis saber as razões de tão estranho pedido. E ele respondeu:
Primeiro,quero que os meus médicos saibam que somente o Criador tem o poder sobre a vida e a morte,e não eles.Segundo,quero que todos vejam que: o que aqui conquistei,aqui ficará.E o terceiro, para que saibam que vim a este mundo de mãos vazias e também de mãos vazias saio dele.

Portanto o maior e mais precioso presente que temos é a sapiência no uso do tempo, pois não podemos reproduzi-lo.Todas as riquezas que obtemos,são conquistas materiais, temporais e aqui são deixadas. O que permanece então?O que temos que pode ultrapassar a finitude da matéria?

O que verdadeiramente importa não é o tempo concedido por Chronos ,tão efêmero quanto o próprio homem.Quando este finda ,Chronos também finda com ele e encerra em definitivo o Tempo gasto em todos os momentos dessa breve existência que teve,na materialidade que fica; Também o tempo que nos concede o Kairós tão somente persistirá, enquanto aqueles que se foram ,resista de alguma forma e mantenham essas lembranças;embora persistam num simbiose de grandeza limitada. Mas,o verdadeiro e sublime tempo que realmente importa é o tempo duradouro que o Aion nos reserva.Esse tempo é a mensuração da própria eternidade que qualifica tais vidas,conferindo-lhes a imortalidade. Por isso se faz mister que aprendamos a usar com sabedoria o tempo que frui e nos foi conferido,pelo Criador,Deixemos que Khronos regule somente a materialidade do tempo a ele destinado e findável também com ele.Permitamos que Kairós nos assista e nos permita usufruir de todos os bons momentos mas,que sobretudo vivamos de maneira que Aion nos assista e nos guie em nossa obra ,para que esta transcenda a nossa efêmera existência.

“Para aprender a viver pode-se gastar toda a vida e, o mais surpreendente é que precisamos de uma vida inteira,para aprender a morrer” Sêneca

JATeixeira

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