quinta-feira, 13 de setembro de 2012
die MAUS Haus
As imagens e as palavras parecem ter vida própria e desfilam livremente ,esperando que alguém possam compreendê-las ou até muito mais do que isso, elas trazem impressa os desejos e segredos latentes, nos sons inaudíveis que não se dispersam ou nas entrelinhas silentes de todos que passaram por ali...
Estáticos, nos quedamos diante delas para tentar ouvi-las,para tentar entendê-las e absorver esse sentido retido nas frestas dos seus fundamentos, desse amor puro, às vezes escondido das deformidades do mundo e sentimos que a deformidade não está nem no homem nem no mundo, mais nessa interação mal interpretada,mal compreendida.Gostaríamos de poder auscultar de cada tijolo, o sentimento ali depositado: desde quando o oleiro retirou a argila da terra e agregou aquele pedaço de massa inerte, toda a sua energia,suor,pensamento e determinação para modelar e converter em algo, que junto a outros, serviria para proteger e abrigar.Tentar imaginar o que dizem as aberturas e dos que as cruzaram tantas vezes:apressados,calmos,amorosos, tristes,alegres ou apreensivos com o futuro,com as incertezas,com a dor .O porquê de seus ângulos curvos ,polidos,ou até mesmo a escolha do modelo,das cores e dos odores entremeados de suas lembranças.A madeira,ainda parece guardar o suor do esforço, desde a primeira cicatriz do machado que a arrancou da terra ou de quando o aço da serra rompia as suas nervuras,separava os liames que as unia e ela ao invés de ressentimentos enche os espaços com o seu perfume:o Cedro,a canela ,o ipê.
E por último, depois que cumpriu os seus propósitos, tomba mais uma vez, diante daquele que a fará voltar à mãe comum de todas as coisas,ao pó de onde surgiu ,como toda a vida. As térmitas antes de ser um flagelo,são uma dádiva,uma completude no eterno ciclo das estações da vida.Elas são ávidas em cumprirem o seu papel de cobradoras e fazem com que devolvamos o que a natureza nos emprestou por uma geração.
Por alguns minutos, nos detemos naquela cozinha e vemos aquele fogão, embora inerte, parece ainda fumegar crepitante e encher toda a casa com cheiro do café da tarde mesclado ao sabor de uma generosa fatia “Streuselkuchen mit Milchkaffee”
Vejo no pequeno quarto de costura peças de roupa e tecidos a espera de mãos habilidosos para o transformarem em vestimentas.O ferro à brasa ainda fumega e enche de olor e calor os dias frios nas noite invernais .Roupa de cama dobradas com esmero, que demonstra o amor das mãos que, antes de deitar, afaga a cabeçinha dos seus filhos com carinho.
Emudecido diante do que foi ali ,não unicamente pelos sonhos que se cumpriram... mas ao sentir uma última lágrima que rola pela face ,ao ver o elo final desfeito.Sinto não ter palavras para traduzir ou externar a dor diante das ruínas,embora elas tenham cumprido o seu propósito,como as sementes que brotaram... É esse sentimento de finitude que resta,da filosofia que contesta o abandono da vida
JATeixeira
Estáticos, nos quedamos diante delas para tentar ouvi-las,para tentar entendê-las e absorver esse sentido retido nas frestas dos seus fundamentos, desse amor puro, às vezes escondido das deformidades do mundo e sentimos que a deformidade não está nem no homem nem no mundo, mais nessa interação mal interpretada,mal compreendida.Gostaríamos de poder auscultar de cada tijolo, o sentimento ali depositado: desde quando o oleiro retirou a argila da terra e agregou aquele pedaço de massa inerte, toda a sua energia,suor,pensamento e determinação para modelar e converter em algo, que junto a outros, serviria para proteger e abrigar.Tentar imaginar o que dizem as aberturas e dos que as cruzaram tantas vezes:apressados,calmos,amorosos, tristes,alegres ou apreensivos com o futuro,com as incertezas,com a dor .O porquê de seus ângulos curvos ,polidos,ou até mesmo a escolha do modelo,das cores e dos odores entremeados de suas lembranças.A madeira,ainda parece guardar o suor do esforço, desde a primeira cicatriz do machado que a arrancou da terra ou de quando o aço da serra rompia as suas nervuras,separava os liames que as unia e ela ao invés de ressentimentos enche os espaços com o seu perfume:o Cedro,a canela ,o ipê.
E por último, depois que cumpriu os seus propósitos, tomba mais uma vez, diante daquele que a fará voltar à mãe comum de todas as coisas,ao pó de onde surgiu ,como toda a vida. As térmitas antes de ser um flagelo,são uma dádiva,uma completude no eterno ciclo das estações da vida.Elas são ávidas em cumprirem o seu papel de cobradoras e fazem com que devolvamos o que a natureza nos emprestou por uma geração.
Por alguns minutos, nos detemos naquela cozinha e vemos aquele fogão, embora inerte, parece ainda fumegar crepitante e encher toda a casa com cheiro do café da tarde mesclado ao sabor de uma generosa fatia “Streuselkuchen mit Milchkaffee”
Vejo no pequeno quarto de costura peças de roupa e tecidos a espera de mãos habilidosos para o transformarem em vestimentas.O ferro à brasa ainda fumega e enche de olor e calor os dias frios nas noite invernais .Roupa de cama dobradas com esmero, que demonstra o amor das mãos que, antes de deitar, afaga a cabeçinha dos seus filhos com carinho.
Emudecido diante do que foi ali ,não unicamente pelos sonhos que se cumpriram... mas ao sentir uma última lágrima que rola pela face ,ao ver o elo final desfeito.Sinto não ter palavras para traduzir ou externar a dor diante das ruínas,embora elas tenham cumprido o seu propósito,como as sementes que brotaram... É esse sentimento de finitude que resta,da filosofia que contesta o abandono da vida
JATeixeira
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