quinta-feira, 27 de setembro de 2012
O Jogo do “Fim-do-Mundo”
O fim do mundo sempre foi preocupação de todos os povos,em todas as épocas.Principalmente quando os números se somam ou tomam conotação mágicas,assombrosas e interpretativas.Aparecem os adivinhos,curandeiros,pagés,Pai-de-santos,oráculos e desvendadores dos sinais do universo para explicar o porquê de determinadas coisas;e eles entre os segredos intercalados as curiosidades,medos e crendices ...Esse “magos” induzem são induzidos nessas suas explicações misteriosas a cerca dos movimentos cósmicos e os acontecimentos que causam no nosso dia à dia. E a propósito disso é a história que lhe conto abaixo.
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Antigamente no interior do Rio dos Cedros a italianada esperava por acontecimentos e sinais que informariam os fim dos tempos.E quanto mais sinais ,mais novenas rezavam...Se um animal se comportavam de modo diferente ou se um planta florescesse fora de época poderia indicar,geralmente,mal presságio e dê-lha reza,dê-lhe novena, “preghiera per San Genaro”.Não tinha joelho que suportasse,todas as noites,o peso dos pecados do mundo.E muitas vezes os mais velhos,ainda obrigavam os pequenos a se ajoelhar em pedrinhas,sementes de milho,etc.
Por ocasião de um desses anos ,cuja repetição numérica causava desassossego na população e “i pregiere” era a tônica constante,um grupo de adolescentes encontram um urubu preso em uma armadilha.Um deles teve a brilhante idéia de fazer o “Jogo do fim do Mundo”.
Roubaram um grande e velho vestido da “nona”As nonas sempre têm um vestido longo e seus anexos de algumas saias .Pois bem, eles ataram esse longo vestido ,embebido em querose, a um fio de arame longo e flexível e esse fio, prenderam a uma das patas do urubu.
Era uma noite muito escura eles subiram na montanha próxima de casa ,um lugar alto e livre de árvores puseram fogo nas velhas vestimentas e soltaram o urubu na direção do vale ,onde estavam a capelinha em orações.Os velhos ao verem aquela bola de fogo ardendo no céu e esperando o fim do mundo como Sodoma, puseram-se a rezar em voz alta e o urubu com medo do fogo fazia cambalhotas querendo se livrar do arame ,que ninguém via dado ao escuro,subia e descia com aquela bola de fogo que cada vez se inflamava mais.Era o pavor visível estampado em cada rosto e as orações, em vozes trêmulas, que entoavam dos hinos da igreja.
O urubu sumiu,nunca mais ouviu-se falar nele e os adolescente ,nenhuma palavra sobre o assunto,até mesmo depois de adultos eles tinham medo das reações dos mais velhos a quem deviam respeito e temor.
JATeixeira
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