quarta-feira, 1 de abril de 2009
Brindar
A prática de tocar os canecos, remonta a Magna Grécia. Era uma exibição visível de que o líquido não estava envenenado. O anfitrião colocava parte do vinho servido ao convidado na sua taça e bebia. Caso o convidado acreditasse que a bebida era pura, ambos bateriam suas canecas como prova de boa fé.
O som das taças fecha o ciclo dos cinco sentidos, que envolve o ato de beber: paladar, olfato, tato, visão e audição. E o sexto sentido, qual é ??? O prazer. O que se sente ao saborear uma taça de vinho de uma boa safra,bom bouquet e boa companhia .
Tal som, com o tempo, ganhou importância ,ao ponto que muitas vezes diz –se apenas :TIM TIM ! Quando o vidro começou a substituir as taças de cerâmica e de metal, os fabricantes de vidro começaram acrescentar chumbo na sua composição. Podemos ver exposto nas taças de cristal a percentagem de chumbo adicionado
Por que se adiciona chumbo as Taças de Cristal
Para conseguir paredes mais finas, adiciona-se chumbo à massa do vidro.
Como o chumbo apresenta toxidade, após muitas pesquisas, ficou determinado que esse percentual incorporado para ser considerado seguro não pode exceder 24% de chumbo.Esse é o percentual usado em todo o mundo. Dessa forma nasceu o cristal mais fino, delicado e muito mais frágil As paredes das taças de cristal são mais finas e mais lisas que as de vidro. O cristal apresenta um grau de ressonância maior do que o vidro ,e isso é conferido por esse acréscimo do chumbo
Existem padrões internacionais de classificação do cristal. Na Grã-Bretanha estabelecem um percentual de 24 a 30 po cento de óxido de chumbo pra cristais de "qualidade". O cristal é composto, ainda, por quartzo e pouco ferro, o que lhe confere a transparência e brilho.
Algumas taças eram tão elaboradas que seu som é emitido em um determinado frequência(tom), como um fá ou sol sustenido. É por isso que as palavras “tim tim” em muitos brindes dos mais diversos países ou culturas é a representação pura e simples de um gesto ,já quase atávico ,de desejar inconscientemente o bem do acompanhante.
O ato de beber e brindar são momentos que fazem parte do convívio em quase todas as culturas do mundo. Um ato de oratória, acompanhado de um brinde, torna a solenidade especial e única, emprestando-lhe um ar de eternidade. Até mesmo saborear um Fettuccine acompanhado de um bom Pinot Noir ,torna o momento muito mais gracioso,a noite mais especial. E aquela feijoada de final de semana onde previamente bebe-se uma caipirinha, acompanha-se o gesto como num ritual mágico e sagrado: Saúde ! Não é o excesso de bebida que traz dor de cabeça ,no dia seguinte , tudo é culpa do agrião !
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Um comentário:
Jaques,
Veja o texto postado em meu blog - A viagem...
Abraço,
Claude
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A viagem
Por Claude Bloc
A estação de repente ficou vazia
O apito do trem se extinguiu no espaço
O mundo logo pareceu pequeno
Naquela janela de ferro e de aço
Tudo é passagem, tudo é nostalgia
No semblante doce, na feição serena
De quem fica, em terra, à sombra da alegria...
Os dias passam: contagem regressiva
O caminho é longo
O Crato é bem ali...
Nos trilhos antigos,
ficam
as saudades
...as retas
......as curvas
...as voltas
......os canaviais
que não mais veremos, além da memória
nesse percurso rumo ao sonho, rumo ao passado...
A estação agora tem cheiro de café
A vida passou e o trem saiu do trilho
Somos mutantes
...Somos passageiros
......Somos nuvens
.........Somos fumaça
E por não saber decifrar o mapa
Tantas vezes nos perderemos no trajeto.
A estação ficou e nós passamos
Como se passa uma primavera
E detectamos ao chegar mais perto
Que nada se perde ao voltar
à serra
...à terra
aos cheiros
...à estrada
Sempre há de se encontrar
...................... a magia pronta e certa...
Escuta, ouve, é o apito de mais uma partida
Partiremos para novos lugares
sem roteiros
... sem destino
...... sem poente ou nascente
A direção é a saudade
O maquinista será o tempo
Na plataforma da nossa história...
Não se canse
não desista
...se cansar, acene,
O trem não te deixará
Não hesite,
Não erre o percurso
A viagem prossegue
no vagão de primeira classe.
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