Na verdade, a grande verdade dos sonhos
é que até as lágrimas que vertemos,
se cristalizam e se eternizam
nas nossas retinas,
ali permanecendo, ad
infinitum,
incólume a ferrugem do tempo.
Os nossos grande sonhos e desejos,
às vezes proibidos,
permanecem para
sempre ignotos
e trancafiados do
mundo,
mantendo-se apenas
nas profundezas
abissais
do nosso coração,
em dimensões que
correm em paralela
àquela que
complementa
e completa a história que não finda.
Podem nos tirar quase tudo,
menos a nossa alma, o nosso âmago.
Ninguém nos pode tirar:
as nossas lembranças
silentes e adormecidas
a quem tudo se
confia,
a própria vida em uma taça.
Por isso não há quem desfaça
o que destino
marcou...
Perdi os livros que mais gostava,
os emprestei...
As canções mais doces e ternas que me embalaram,
não sei onde as deixei.
A cachaça guardada em coco ,
de sabor tão doce ,
não sei onde as enterrei.
As fotos escondidas nos livros ,
que trazia sempre comigo,
por castigo as perdi
A minha amiga mais querida,
um inimigo a levou.
A figueira, sob a qual ficamos tantas vezes,
o tempo a secou
A alamanda amarela , que levavas no cabelo,
a muito murchou
E valeu a pena? Não morremos de pena ,
Apenas de dor ,
consumido como vela que extingue,
ao clarear do dia
Mas à sua luz, juras foram feitas...
Nesses encontros marcados
e guardados à sombra do tempo
Cristalizados e retidos
eternamente nas nossas lembranças.
Portanto não vou matar a minha saudade
vou revivê-la , em
toda a sua plenitude,
cada vez que ali volto...
JATeixeira
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