quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O Auto contemplador

“A força do silêncio está acima da palavra ; a busca do entendimento tem que ser no silêncio e em silêncio”
Se o silêncio estivesse, de fato, acima da articulação da palavra, O Criador não nos teria dotado desse sentido. E se assim fosse ,a oralidade declinaria e com ela toda a nossa capacidade de articulação , formação e informação que se deram unicamente por essa via e trouxeram consequente evolução.Se assim fosse, estaríamos condenando a música,elo de proximidade entre Criador e criatura,estaríamos condenando o riso e suas emanações de júbilo , alegria e louvor.Se assim fosse, estaríamos julgando e condenando o Ato da Criação em si ,pois Ele contemplou a sua obra e a benedisse ! Por outro lado, os sons e harmonia do universo vibram numa frequência em equilíbrio,quando há desequilíbrio na emissão dessa frequência ou desses sons teremos apenas ruídos, o mesmo ocorrendo com a manifestação da palavra e no seu cerceamento, pois nem todos temos o dom da escrita ou a capacidade de se fazer compreender através desta. Os latinos têm uma frase que diz: Ex abundanctia enim cordis os loquitur(a boca exprime o que é abundante no coração).Portanto,o silencio verdadeiro deve se impor sobre as maledicência da alma corrompida pela ausência de virtudes. Mas, acreditamos que ,indubitavelmente,todos são dotados de algum propósito alheio e incompreensível as nossas próprias vontades, nessas trilhas e sendas que chamamos de vida ou experiência cármica ou qualquer outra nome que possamos adotar para esse breve interlúdio de tempo, que estamos presos,como unidades plasmadas, nessa dimensão e nessa cadeia de carbono universal, dispersos neste planeta minúsculo, sob as benesses de uma estrela que nos fornece LUZ ,o deus Sol.Acreditamos,com convicção, nos propósitos além da nossa compreensão e por esses propósitos o universo se rege e gira indiferente as esses devaneios filosóficos que tem consumido a muitos, na tentativa vã de compreendê-lo.


Entendemos que se o voto de silêncio, tão absoluto ,como dogma dos pitagóricos,não tivesse sido obedecido, mais coisas teríamos aprendidos e a aprender destes.E esse silêncio e o seu significado não teria ficado apenas no espaço da imaginação especulativa.Se Pitágoras não tivesse tornado publico as suas proporções áureas,teoremos,Pi entre outra contribuições,talvez tivéssemos levado muito mais tempo para descobrir tais ensinamentos, que contribuíram para que gerações dessem saltos na evolução.Por analogia acreditamos,que se tal voto de silêncio tão absoluto e perdido nas divagações da noites dos tempos tivessem sido quebrados, teríamos mais, muito mais dessas almas vocacionados,cujo objetivo era elevar o patamar da evolução humana.


Além do mais, acreditamos ser presunção, crer que em silencio trabalha a natureza.Aquele que assim pensa,nunca esteve próximo dela:As correntezas,não trabalham em silencio quando arrastam quem tenta estrangulá-la ou não existe silêncio nas modificações da fisiografia, operado pela os derramentos vulcânicos.Ou até mesmo no canto mavioso de um sabiá ,num final de tarde de primavera ou quando o novo nascituro vem ao mundo.É preciso estar atento e aprender a usar o diapasão interior e aprender a distinguir entre a música e o ruído ,entre o bem e o mal.Pois não é a palavra que se contrapõe ao silêncio e sim o desequilíbrio na frequencia da emissão. Nós não temos o ouvido cauto para tanto, e esse silêncio se configura meramente como uma metáfora do que não se compreende e coloca na natureza o que gostaria de ver,ouvir .Como diante de um espelho,espera ter de volta seu próprio reflexo, como Narciso,onde a ecografia nem deveria existir,pois o silêncio não gera eco
JATeixeira

Il Silenzio - Melissa Vanema


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