terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Jeep 1954 e a síndrome de Parkinson

Depois da LAmbretta veio o passeio de Jeep 1954,capot alto

O senhor Petrolla tinha um Jeep 1954,não era a nossa paixão,pois tinha o capot alto,nós temos uma verdadeira paixão pelo Jeeps de 52 pra trás,aqueles de “capozinho” baixo.Ali na praça todas as noites o Sr. Marú,mecânico, parava o dele e ia “jogar conversa fora” e nós nos encantávamos ,pois ali tudo funcionava...o ruído era de um relógio suíço:suave e preciso,o freio de mão tinha aquela sonoridade dos pequenos entalhes que tinha na palanca.Ele puxava lentamente aquela alavanca e ela deslizava suavemente.Deixava frenado,descia e ia bater papo com os amigos.Tudo funcionava. Todos os mercadores(relógios)vacuômetro,amperimetro,voltimetro,etc.A maioria dos Jeep àquela época já não funcionavam o freio de mão e muitos diziam que nem precisava de freio de mão ,era só deixar engatado na caixa de câmbio.Ele não,era estremamente zeloso e tinha muito orgulho daquele seu Jeep e com razão.Achamos que ele cuidava mais do Jeep do que da mulher.Era uma relíquia de valor inestimável.
Bem, nós tínhamos um sonho shaspereano:Roubar o Jeep de “Seu Maru”, numa noite de verão, e ir dar umas voltas...mas isso não ia acontecer jamais ,tínhamos que nos contentar com essa realidade kafkiana de sofredor, pois de qualquer forma,pra aquela época era um dos desejos adolescentes,poder dar uma volta de carro,mesmo que às escondidas.Pegamos a chave do velho e sofrido 54 do Sr Petrola e fomos dar uns “piques” na cidade vizinha,em dia de Festa de Padroeira

Mas,fomos tão infelizes no nosso passeio por inúmeras razões:o carro não tinha freios,as rodas dianteiras estavam desalinhadas e tremia feito um paciente com síndrome de parkinson, sem sua medicação.Não tinha buzinha ou luzes.Afinal faltava quase tudo...Deixamos ele estacionado em uma praça da cidade e saímos a pé e nos sentamos em uma sorveteria para ver os “galetinhos”passar... Que passeio mais sem graça...Ah! Vamos embora,aqui não ta com nada!” resolvemos voltar pra casa e na saída da cidade tinha uma blitz.Éramos menores e nenhum de nós tinha habilitação. O policial fez sinal pra parar.Quem disse que o”parkinson” parou,até que tentei.Pisei no pedal do freio e ele desceu até o final,seco.Sem ter o que fazer,pensei vou acelerar e entrar na estrada de chão.Acelerei pra escapar e o seu remédio parou de fazer efeito e ele começou a tremer quase me tirava das mãos.Não deu tempo chegar no matadouro,onde bifurcava a estrada, e a policia continuava colada atrás...Ma não podia ultrapassar pois vinha carros em sentido contrário,quando chegamos na bifurcação, entramos para estrada de chão e eles nos ultrapassaram e já pararam na frente e fizeram sinal pra parar. Bem,freio não tinha,mesmo..Desliguei o motor e o deixei fazer vezes de freio.Daí,não tinha mais o que fazer,senão parar e ensaiar o que diríamos.

A policia: Desçam do carro .Documentos do veículo e habilitação;
-Não temos o documento do carro junto e a habilitação,não estamos com ela aqui.Pois é,disse ele vocês não pararam na blitz.E agora?Sem documentos do veículo sem habilitação,sem buzina só falta vocês me dizerem que el também está sem freios.
-Não,não,dissemos nós, o freio até que é o melhor ele tem.O problema é que ele não está dando partida.Pois é,sabes como é se a gente parasse ,não tinha como fazer ele funcionar novamente.Ele está todo “detonado”.Está sem o alternador para carregar a bateria e a bateria está “torrada”Só no empurrão.Então nós pensamos que era dia de festa e que nós estávamos atrapalhando o trânsito e o trabalho de vocês e resolvemos ir por essa estrada de chão pra não incomodar, ali na orientação da festa...Esse carro é do pai dele,apontamos pro Petrolla,e estava na oficina já a mais de três meses,resolvemos levar então para outra oficina ou pra casa ,já que o mecânico estava metido n’ “Un maledetto imbróglio” então resolvemos levar embora,mostramos as mãos todas engraxadas.E o pior é que agora vocês terão que dar uma pequena ajuda pra empurrar e não vamos mais incomodar,vamos por essas estrada de chão e a casa dele é bem ali na segunda curva...

Um deles,o mais gordo e preguiçosos, queria pelos menos uns trocos...Mas tudo que tínhamos gastamos no sorvete e na gasolina.Tiveram que se contentar com a esperança de nos encontrar uma próxima vez... Há Há HÁ Será que ainda estão esperando ???

http://tubaltrentino.blogspot.com/2011/09/lambretta.html

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