terça-feira, 3 de junho de 2014

Ruínas Frigor




Amigo Pinote !
Gutten Morgen!
Sim ,infelizmente as imagens funestas e deprimentes retratam o que restou, do que foi outrora,não muito distante presumo, as residências dos filhos(?)diretores(?) Não saberíamos dizer.Aber,Es dass ! so ist das Leben
Es traurig,sehr traurig! Aber...
Mas,fazer o que ?
Só nos resta lamentar.

Como vos dizíamos pessoalmente:- Os fundamentos e alicerces sejam  das construções ou de  um parto de uma jovem mãe, de um pomar que frutifica ou ainda de  um jardim florido,todos eles, indistintamente, prenunciam um porvir, traz a esperança e a glória radiante da espera;


enquanto os abortos,a podridão dos frutos ,as flores despetaladas ,a morte e a carnificina representam a antítese da vida,o choro,às vezes inconfessável, dos indefesos , dos derrotados.As ruínas,quaisquer que sejam, nos expõem as chagas da derrocada,a dor surda da desesperança,as lágrimas  frias da perda da fé.

Definitivamente,não gostamos das ruínas pela dor do desespero que  ela traz,por todo  horror que elas representam,pela vitória do mal sobre o bem,das trevas sobre a luz,pela síntese do mal que envolve tudo isso e nos faz curvar e gemer por nos sentirmos parte do todo que se foi,sofrer a mutilação sem conseguir emitir um grito,ver a areia do tempo escorrer ,sem que possamos fazer nada.Todo esse sentimento é abafado pelo mal maior que sufoca,e esse é um grito inaudível,apenas um ruído solitário que fica preso na garganta ,enquanto em pequenos espasmos os corpos dos q ue padecem agonizam, se contorce;onde  os músculos emitem suas últimas contraturas que deixa um amargo na boca, um sabor acre da derrota.Os olhos já sem brilho e a testa enrugada dessa tetania neuro espástica ao assistir sem resistir,de forma tácita e consciente a todos os “sonhos” reduzidos a cinzas,das quais não sairão nenhuma fênix.

Conhecemos  muitos que  acham as ruínas românticas:são caricaturas de pessoas perversas e cruéis ,que não sobrevivem dali, apenas apreciam por devaneios e são seduzidos por essas imagens da claudicação de dor e desespero e riem dos que gemem, se exultam com desgraça e prantos  alheios.

Nós, não vemos romantismo na fome,nela só vemos os famélicos de olhos  negros, fundos e tristes , de alguém cuja morte está anunciada e não tem para onde fugir...Seja de natureza animal ou quem sabe podemos extrapolar para um vegetal,pois nós acreditamos que a vida é uma só: uma das muitas expressões da face do mesmo  Criador ,diluída   em milhares de formas.E a perda e a dor que causa, seja  de uma planta que é desfolhada e os seus galhos se quebram um a um ,onde os parasitas invadem sugando-lhe a última seiva ou quando os frutos  das árvores,outrora exuberantes, apodrecem e perdem as suas funções e as suas sementes não cumprirão o papel que lhes estavam reservado.As suas folhas,os seus galhos se retorcem,como se anunciassem sua dor e quebram com o peso dos parasitas e oportunistas...Ou quem sabe  dos animais que veem as suas crias exalando um último suspiro...vêem a si mesmos tombados numa representação cênica  do próprio fracasso,sentem o peso do  infortúnio ou ainda talvez, das construções humanas,onde pessoas cheias de expectativas e aspirações ergueram essas paredes e fizeram planos e esses foram arruinadas e tombaram,junto com as lágrimas e a fé dos que as ergueram.

Há quem diga que do caos nasce uma nova ordem,mas ninguém em sã consciência quer ser aquele que dá o primeiro passo nessa direção,pois tal gesto, representa um atentado contra si mesmo,uma inversão contra a lei primária  de sobrevivência.É muito fácil teorizar e criar regras para os outro praticarem,gostaríamos vê-los aplicando a si mesmos tais postulados.Nunca esquecemos o filósofo  niilista Hegesias que apregoava que a vida não tinha sentido e dizia que  o suicídio era necessário.Quando alguém o questionou a aplicar a si mesmo a sua própria ‘insanidade’ ele dizia que não podia ,pois quem iria pregar a sua doutrina?Morreu de morte natural aos 80 anos. 

Por tudo isto, quando vemos o nascimento, o florescer da mais simples e esquecida flor do campo ou um pequeno grão que brotou em uma greta qualquer, a beira do caminho, ou aquela  pequena ave que abre o bico para receber o alimento regurgitado da sua mãe,tudo  representa  um alento do Criador em sua criatura;respiramos do mesmo ar e das mesmas convicções que  nos resta acreditar no propósito de todas as coisas:- “sentamos calmo e serenamente  à beira de um regato ouvindo a canção da água e  deixando que a água lave e leve as preocupações para o mar”do esquecimento. ." "Setz dich an einen Bach und sei einfach da. Das Lied des Wassers wird deine Sorgen aufnehmen und sie hinab zum Meer tragen

JATeixeira

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