quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Língua e Comunicação


Lingüística, etimologia :comunicação em geral são assuntos que nos atrai e muito nos interessa . Sempre que lemos ou nos deparamos com tais temas gostamos de polemizar ou dissecar o assunto e das suas entranhas tirar alguma luz .
Cremos ser difícil controlar o indômito ou colocar freio na horda ;aqui me refiro as várias tentativas frustradas e em todas as épocas em tantos países. Os governantes tentaram disciplinar o uso da língua impondo-lhes regras, proibindo termos que pouco ou de nada adiantou; o populacho ,o coloquialismo acaba muitas vezes de gerar étimos absorvidos de maneira generalizada pelo povo e contribui ,muitas vezes , para o enriquecimento do idioma .Do grande tronco INDO-EUROPEU derivaram algumas dezenas de línguas e também do latim originaram-se outras tantas, por que será ?
Não acreditamos no acaso ou que o Nacionalismo - Nativismo ajudem em alguma coisa relacionado ao tema, por vermos na dinâmica da comunicação o próprio poder e cerne da questão ; não queremos defender aqui as ridículas inserções de palavras como OFF,SALE,etc... nova tendência do anglicismo atual, essa é uma manifestação não de descaso ou descuido com a língua em si , mas um caso típico de crassa ignorância e fútil pedantismo e que fenecem tão rápido como surgem .Cremos no necessário acréscimo de novos étimos à língua e que venha a ocorrer na proporção necessária às necessidades desta. Atualmente importamos muito mais palavras do inglês ,não tão somente por modismo mas por razões práticas pois essas palavras importadas e usadas na informática, se alicerçarem nesse idioma. Por exemplo me parece muito mais razoável usar-se SITE do que sítio .Sítio evoca uma propriedade rural ou quando muito um “sítio arqueológico”. SITE direciona diretamente para Internet. Quando alguém diz que foi a um sítio ,pensamos que ele esteve em alguma fazenda. Quando nos diz que esteve num SITE ,dispensa-se dizer que ele estava conectado ou plugado à internet. Em Portugal eles traduzem o mouse para rato. Se se disser em uma escritório ,pleno de mulheres(e alguns homens(?)) pegue o rato a maioria dispara... À qualquer criança que se pergunte o que é um mouse ,ela responderá de pronto e saberá fazer uso deste e no entanto se a mesma for perguntado o que é um rato ela saberá que se trata de uma mamífero roedor ,transmissor de doenças ,etc,etc Entendemos que aqui e entre tantos casos similares que houve um enriquecimento da língua e um favorecimento da comunicação.

Um certo Cap.Xavier vindo a Blumenau-SC resolver aquela questão da história da colonização e quisto lingüístico escrevia aos seu superiores um relatório ou comentários que se sentia fora do Brasil nas ruas dessa cidade, pois os nomes das suas ruas eram impronunciáveis e todos estrangeiros :ruas Donner,Koch,Zimmermann,Deeke,Hemmer,Hering,etc,etc E pergunto ,por acaso,Brito,Xavier,Cunha, Teixeira ou quaisquer outros colocados nas nossas cidades,ruas,avenidas não são estrangeiros aos povos dessa terra ? Para os nativos, Schwiegertochter soa tão estrangeiro como a palavra NORA ... Por outro lado o idioma oficial difere em muito da língua que lhe deu origem, Em Portugal também encontramos uma diversidade de vernáculos sem uso no Brasil e muitas palavras são acentuadas de maneiras diferentes no além mar.
Não cremos que o verdadeiro sentimento de brasilidade e amor próprio se alicerce nessas bases de usar palavras em línguas estrangeiras ,sejam elas quais forem e que origem tenham. Constantemente citamos em latim que é igualmente um estrangeirismo, embora a língua que falamos seja dali derivada, mas o seu uso fora do círculo erudito soa não como arcaico mas sim como uma linguagem hermética ,no dizer atual: codificada, criptografada. Cremos que o sentimento de brasilidade ,e não fugindo do tema proposto, esteja visceralmente relacionado ao acréscimo das palavras necessárias à melhorar a comunicação e ao dinamismo do idioma, para não resvalar na hipocrisia do politicamente isso ,politicamente aquilo... E exatamente no acréscimo ,quando necessário, tem estimulado o crescimento do idioma e assumindo, muitas vezes, feições próprias e consolidando-se na sua aplicação e uso.

Se o Dante Alighieri não tivesse escrito em dialeto florentino lançando as bases da língua italiana ,certamente a história italiana seria bem diferente e é claro que houve muito antagonismo e rejeição, tanto assim que na Itália ainda tem muitíssimos dialetos vivos e atuantes e que para muitos teóricos desses dialetos a língua de Dante seria uma blasfêmia .E o dialeto florentino que cresceu e virou o italiano, não foi nocivo nem desastroso pelo contrário, unificou a Itália e permanece como uma língua em comum quando a comunicação entre os "paeses" exige, embora as peculiaridade dos enclaves dialetais ainda persistam. Na realidade não foi a língua de Dante e de outros intelectuais da época que favoreceu a consolidação do florentino como língua italiana e sim o poder econômico dos bancos venezianos que determinou isso .Por aqui não seria ou será diferente,se tais modismos fossem gerados nos mocambos do Recife ou nas palafitas de Manaus; jamais teriam assento garantidos na imprensa escrita ou falada, mas é o poder econômico que favorece a expansão ou a atrofia,alimentando ou cortando a seiva que nutre o vaidosismo simplório da inconoclastia global :verdadeiras hordas de gafanhotos predadores que como os as sete pragas dos Egito arrasam uma cultura, uma nação sugando o que têm e partem para outra... Parasitas que sufocam a plebe órfã dos Don Quixotes românticos .Poucos são os que teimam em resistir e se atiram, não mais contra os moinhos de ventos mas, contra uma rede de tentáculos cada vez mais poderosos, que nos tornam descrentes e suprime ou destrói as aspirações mais simples das línguas e anseios nacionais e permite-se dizer que essas inclusões e inserções só tendem a crescer ,para o desespero dos puristas e do costume .Cremos , como o mais piedoso dos crentes ,que antes de blasfemar e tentar exorcizar o fantasma do estrangeirismo presente no dia a dia ,dever-se-ia procurar enxergar além da vã cortina do nacionalismo trôpego e claudicante que se arrasta de maneira incestuosa nos deleituosos braços da submissão dos marqueteiros e concubinas da imprensa estéril .Dever-se-ia investir na escola, favorecendo o interesse jovem ,pois nestes se assentam as bases do futuro que nos reserva o incógnito .
JATeixeira

terça-feira, 26 de janeiro de 2010


Adoção

 

Anda por aí uma balbúrdia em torno do tema da adoção Gay.

Não escondo que sou contra – embora creia que, desta feita, não por homofobia (que assumo).

Todavia não vejo, no caso, necessidade de soerguer penosamente uma Teoria Geral por sobre a minha epidérmica repugnância pela consagração, ou sagração, jurídica da figura.

Acho que o argumento de que a adoção  é a "engorda para pedófilos" vale tanto como o argumento de que a identidade sexual, ou as preferências sexuais, dos adotantes não são influentes na configuração da personalidade do adotado, e até na futura determinação das suas opções.

Se houvesse Teoria Geral, deveria antes apontá-la contra a politização do assunto: a admissão de lobbies gravitando em torno de pretensas "identidades sexuais" é um recuo civilizacional, para os tempos em que se admitia a menorização cívica de pessoas ou grupos que, pela mais crua estigmatização, eram culturalmente representados como seres "sexualmente sobredeterminados", como seres predeterminados a uma espécie de servidão sexual (hoje a pornografia alimenta-se ainda desses estereótipos, sem dúvida fazendo apelo às pulsões "reptilíneas" do nosso bulbo raquidiano).

Se houvesse Teoria Geral, seria contra essa repolitização de uma vontade de "servidão ao sexo" que reemerge nas vestes de "identidade sexual", seria contra esse recuo civilizacional que se acoita numa expressão despudorada e arrogante da "power politics".

Talvez os arautos da causa tenham algum ganho com isso. Não decerto aqueles que, sem se privarem das gratificações e implicações das suas vidas sexuais, não querem ficar confinados a elas, não querem reivindicar estatutos cívicos através delas, não querem ser ghettizados por elas, não querem ser glorificados nem crucificados por elas (e menos ainda glorificados por pseudo-crucificações).

Não sou contra a adoção por um homossexual.

Sou contra a adopção por alguém que queira exibir, nesse acto de adopção, a sua condição homossexual – como se através dessa exibição esse alguém pudesse, por averbamento, alterar a qualificação jurídica (e, através dela, a qualificação moral e política) do acto.

É contra esse alarde desvirtuador que manifesto a minha repugnância – mais esse corolário da degeneração civilizacional em que se tornou a "sexual politics".

Pelo Jansenista

http://jansenista.blogspot.com/

 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sapos viram Princípes ?!



O Pior (ou melhor,quem sabe),é que, realmente, sapos viram príncipes. Existe um axioma popular que diz:”Quem ama o feio,bonito lhe parece”Ou seja ,o amor cria um filtro ou um vínculo que altera a percepção óptica dessas lentes, onde quem amam os sapos os vêem se  transformarem  em príncipes. Infelizmente, na maioria das  vezes, muitos julgam o regalo pela embalagem,ou seja  avalia-se  pela aparência.Daí derivam todos os equívocos oriundos de tais apreciações e devaneios .É óbvio que existem caminhos tortuosos onde podemos nos perder... ou cheio de variáveis e interesses pequenos...mas, partindo da premissa que esse não é o real motivo da aproximação ou distanciamento dos flechados de cupido,  nós acreditamos que essa linguagem cifrada ou criptografada e  muito antiga,quem sabe  da nossa própria gênese, esteja inserida nessa conversão ou  transmutação de sapo em príncipe,onde a conceituação da beleza se esvai diante da realidade da juventude e  cai nessa redundância:onde  a proximidade altera ou distorce essa avaliação de beleza ,onde as energias ali opostas ou de polaridade diversas: yin-yang,homem-mulher, macho- fêmea,  fluem e se completam  num universal e eterno ciclo de equilíbrio e perpetuação.

Como existem os sósias físicos onde as semelhanças são visíveis e às vezes até confundíveis;  cremos na proximidade de idéias que não estão ,necessariamente presas aos fundamentos de educação ocorridos sobre as mesmas perspectivas históricas ou influências sócio-ambientais  ou seja,cremos que existem os sósias de idéias e embora haja que considerar-se as ingerências do meio, o pensamento não é conflitante; e até poderia encontrar  a nossa própria  idéia, para o mesmo assunto e sobre os mesmos fundamentos,  às vezes, em coordenadas diferentes.Grave mesmo e até contraproducente é tratar com pessoas de linhas opostas de pensamento.Ela não gera nada a não ser desgaste e rancor.Se é possível nos adaptarmos as linhas grotescas e bizarras externas que nossos olhos, inicialmente, recusam,cremos que adaptar a “alma” é muito mais difícil,mesmo que nos esforcemos para tanto.

Acreditamos que as lentes que chamamos olhos prendem-se aos invólucros, enquanto o conteúdo não combina, na maioria das vezes ,com essa opção: é o tal do bonitinho por fora... Se”  l’ anima” se ajusta uma a outra, ela faz com que aceitemos a aparência externa um do outro;quando ocorre o  contrário é muito mais difícil de  aceitar ou compreender .

As diferenças, naturalmente, existem, e até são necessárias, dado a natureza  que nos diferenciam.Um homem jamais poderá pensar como uma mulher e vice-versa.Essa é uma lei plena,  natural, insofismável  que convém a ambos.Caso contrário seríamos  meros hermafroditas solitariamente dispersos ou espectros trôpegos como gatos neuróticos e  castrados que vivem nos apartamentos,desqualificados para os seus propósitos mais simples:perpetuar-se.

Quanto ao amor não creio que ele seja  a” transubstanciação dos instintos rudes,que anda acima da carne miserável !” A isso podemos denominar de paixão.Ela,a paixão, é febril, transitória e fenece como a juventude que se evola...como a areia que passa na ampulheta do tempo.O amor,não,ele está além dessa especulação mercantilista ou literária.Ele transcende qualquer lógica ou explicação:O amor é karios; a  beleza e juventude estão presas a Khronos.  O amor é como a fé.Temos ou não temos. Amamos ou não. Se findou, não era amor apenas, uma paixão que não resistiu a ferrugem do tempo...e foi consumida.

JAT

 

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Jogo do Vaso de Argila.


Flash da Infância

Na Aurora”da minha vida tinha um vizinho Sr Lucena,dono de uma das farmácias existentes na cidade.Enquanto a mulher trabalhava, ele “aprontava”cada uma...inimaginável para os dias de hoje.
A rua de chão batido,era uma avenida, com uma ala de figueiras grandes e exuberantes no meio; e ali sob aquelas figueiras ,cada dia,ele cada dia inventava um jogo novo.Lembro-me de dois destes .No primeiro, ele procurava jogadores apostadores, naturalmente. Ele dependurava em uma figueira ,um grande vaso de argila onde prendia,as vezes, algumas pombas domésticas,outras vezes canários descartados ou feridos das suas intermináveis brigas.Nos desafiantes ou apostadores ele atava uma venda aos olhos e entregava-lhes um bastão com a finalidade de quebrar o vaso e libertar as pombas ou os canários. Aos ganhadores do desafio eram concedido o valor das apostas. Raramente ele perdia.
Parecia fácil ao apostadores,só parecia,pois era bastante difícil se localizar vendado e depois de muitos giros.Ele atava uma venda e executava muitas voltas e manobras,dentro de um grande círculo, para dificultar o jogo .Quando o desafiante parecia quase tonto,ele dava início ao jogo. Em seguida, ele mandava acertar o vaso. E o jogador sob os risos e gritos da platéia de curiosos, na grande maioria crianças. O jogador alçava inutilmente aquele bastão ,na vã tentativa de quebrar o vaso.Desferia muitos golpes tentando acertar o tal vaso e insistia até quase a exaustão e desistia sobrando para o dono do espetáculo o dinheiro das apostas e os desafios permaneciam, para os jogadores incansáveis e dispostos a recuperar o dinheiro perdido.Era divertido e incomum.Cada dia ele vinha com um novo jogo e sempre saía ganhando.
Jogo do "Acerte a cabeça do Galo"
Quando os viciados jogadores se cansavam do “jogo do vaso”,ele inventava uma nova modalidade.Lembro-me que ele em algumas ocasiões usava um galo, das suas rinhas,já debilitado e que não brigava mais .Ele cavava um pequeno buraco e enterrava o galo,deixando unicamente a cabeça de fora e de igual forma e promovia o espetáculo atraindo apostadores e grandes apostas .Onde o desafiante ou jogador devia acertar o galo.Mas,depois de muitas voltas e giro sobre seu próprio eixo o jogador,já meio tonto mal permanecia de pé ,quanto mais segurar um bastão pesado e vendado acertar um alvo ,como a cabeça de um galo.
Pode parecer cruel ao olhos de hoje mas era divertido, nos dias da minha infância.
JATeixeira

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Brot aus Curitiba e a Frau Einschlagdecke



 

Temos um casal de amigos que,quando recém-casados, moraram em Curitiba e ele já era um antigo amigo da família  Einschlagdecke,  onde comia o pão mais saboroso que já tinha provado.Então, ele disse pra sua mulher: 

-Frau,nós temos que descobrir qual é o segredo  que essa velha tem para fazer o pão ficar assim tão macio e saboroso:tu “gruda” na Frau Einschlagdecke  e aprende todos os segredos para fazer  esse pão.Olha ,tu não perde ela de vista.Presta atenção aos mínimos detalhes.

 

A sua esposa acompanhava passo a passo a Frau Einschlagdecke e observava,atentamente,o que e  como ela quantificava cada porção de sal,fermento,farinha,etc. Quanto tempo ela sovava o pão,etc,etc.Porém com toda observação e acompanhamento dos mínimos detalhes nunca ficava igual e ele sempre reclamava.

-Ele   dizia: ficou bom,mas não está igual ao da velha.

A esposa ficava atenta aos mínimos detalhes que por ventura tinha escapado à sua observação. Ela se esgueirava, espreitava e nada,sai sempre igual..

-Ele sempre dizia:ta bom mas...

Até que um dia ela resolveu perguntar pra velha, o que ela que estava escapando a sua observação. 

-Ela disse:Frau Einschlagdecke, meu marido adora o pão que a Sra. Faz. Ele insiste que eu tenho que fazer um pão igual .Ele diz que nunca em sua vida comeu pão tão saboroso,etc,etc,etc.

Encheu a velha de elogios para ver se tinha algum detalhe que ela escondia.

-Como é que você faz?Eu faço igual a Sra. Nos mínimos detalhes,mas não dá certo,falta alguma coisa .A velha disse:

-A única coisa que faço a mais é quando os meus filhos levantam da cama,eu ponho o pão embaixo das cobertas,onde elas estavam dormindo,para aproveitar o calor...

Nunca mais ele quis comer o pão da Frau Einschlagdecke,pois ele conhecia os seus dois filhos e sabia o quanto eles eram zeher schmutzigen ,(due sporcaccione)e imaginem a higiene  da cama dos dois...

 JAT

 

 

Como fazer pão no inverno.

 

Certamente que nós não temos inverno assim tão frio; mas para  levedar melhor,  a massa precisa de uma temperatura mais quente  e constante. Quanto mais calor mais rápido ela fica pronta pra ser levada ao forno, então eis aqui algumas observações que podem ajudar a elevar ou manter a temperatura mais alta para melhorar a ação do fermento.

 

0-No inverno  sempre use água morna para trabalhar a massa

1- Após preparar a massa, deixe-a em um recipiente fechado e a coloque em banho Maria. Pode substituir ou acrescentar mais água morna quando esta estiver fria.

2-Colocar  o recipiente no forno ou  no Micro-ondas por alguns minutos, em uma potência baixa para mantê-lo aquecido e as leveduras trabalharem melhor e a massa crescer mais rápido.

3-Deixar uma lâmpada ligada sobre ela ,para mantê-la aquecida.

4- pode também aquecê-la em um recipiente e conservá-la embrulhada num cobertor ou manta térmica

4-Ponto de crescimento correto:Ele cede a pressão e logo retorna a posição inicial.

5-Uma outra técnica manda fazer uma bolinha da massa trabalhada e colocar em água fria,quando ela flutuar a massa está pronta pra ir ao forno.

sábado, 2 de janeiro de 2010

O Rio e o Mar



Ne cherche pas les limites de la mer. Tu les détiens. Elles te sont offertes au même instant que ta vie évaporée. Le sentiment, comme tu sais, est enfant de la matière; il est son regard admirablement nuancé"

Os que temem não avançam...

O rio segue sempre avante, sem recuar,sem retroceder jamais.Embora a terra tente diminuir a sua marcha nos desfiladeiros,nas escarpas,estrangulando a sua passagem...

Ele se contorce,ele avança e segue altivo,sereno sabendo que o seu destino é incorporar-se ao Mar Piedoso e Pleno: berçário perpétuo de vida.Se ele parece trêmulo nos saltos e corredeira, não é de medo.Ele tem pressa em chegar ao seu destino.Ele foi iludido por sereias de luzes ou seduzido por luzes majestosas e brilhantes do Arco-Íris e sugado,abduzido das águas do Grande Mar e precipitado distante para purificar e disseminar os sais purificadores ao longo do trajeto até O Grande Pai;além de ter se derramado em benesses ao longo do caminho, ele carrega as lágrimas e promessas de todos os peregrinos que se banharam em suas águas:tépidas,passageiras...

Só perde a identidade aquele que não a tem.Ele traz impressa nas suas milhares de passagens, de todas precipitações, a marca de todos os lugares onde esteve,a marca de todas as promessas que ajudou cumprir.

As lágrimas derramadas de todas as mães que esperam, em vão,nos cais dos portos.

O renascimento não é vago,ele representa a esperança e traz na sua "matriz" os milhares de sons inaudíveis dos nascimentos e luto negro das derrocadas funestas das perdas e lamentos.

Como tudo ele representa uma dualidade,uma contraposição entre a ordem e o caos entre a luz e as trevas.

É a representação visível do ciclo contínuo da vida.

Quero ser feliz
Nas ondas do mar
Quero esquecer tudo
Quero descansar.

Manuel Bandeira, Estrela da Manhã