terça-feira, 25 de agosto de 2015

É Peixe?



 O homem que comprou doce como se fosse peixe

"

Nel tempo dell'inganno universale, dire la verità è un atto rivoluzionario"




 É Peixe?
Perguntou ele  com uma lata na mão.
Sim,é Peixe,disse o vendedor
Ah! Então vou levar.

Esse foi um pequeno diálogo de um imigrante , na ilha de Santa Catarina,que sem falar o português entra em uma bodega do ilhéu e depois de olhar as prateleiras vê um enlatado com a imagem de um peixe.O fabricante do produto se apresenta como Peixe, não o produto mas o nome fantasia e logo marca da empresa,mas na verdade o produto em questão era doce de goiaba ou Goiabada Peixe.

Ele pega a lata e arrisca com as pouquíssimas  palavras que  sabia falar em português:
-“ É peixe ?

O dono da bodega disse,sim.Estava feito o “imbróglio!”
Então, ele comprou e levou pra casa.
Quando abriu a lata revelou-se a estranha surpresa,ao invés do esperado peixe arenque que ele imaginava ter,veio um doce vermelho.Ele pensou que tivesse sido enganado.Só veio a se dar de conta do que ocorrera e desfazer o equivoco,muitos anos depois,quando aprendeu a falar o português ou o “manezinês” da ilha de Desterro.
Mas,se a tal  “trapola” linguística tivesse se dado com alguém ,cujo os hormônios aflora e entorpece o cérebro ou cuja capacidade cognitiva  impede de uma análise tão simples ou ainda sentir-se   logrado diante de disparate tão esdrúxulo ,o resultado seria uma tragédia.Ele pelo contrário,nos contava e dava risadas,por ter sido vítima de uma simples e ambígua interpretação por desconhecer o idioma português e ainda mais declinado pelo sotaque duplamente ilhéu.Ilhéu da própria ilha de Santa Catarina e ilhéu por ser originário dos Açores e falar um português característicamente conhecido como"manezin" da ilha.

Bem,podemos ver por essa simples e verídica história, quanto de equívoco e blasfêmia ou mais...poderá desencadear,baseado cada um na sua própria visão, do que é correto.Um fato como esse ou um semelhante,onde baseado em pressupostos podemos fazer um, juízo e afirmações cujo final difere muito da realidade.
Ele pode pensar:-“ fui enganado por esse trapaceiro,ele me afirmou que era peixe.”
Em nenhum momento o outro afirmou que era peixe que tinha na lata.Ambos estavam se referindo, de boa fé, a um entendimento que a situação propunha.O bodegueiro vendia um produto de MARCA Peixe,enquanto o outro,o comprador, comprava pela imagem um produto que julgava ser peixe,devido a sugestão dada pela embalagem.

JATeixeira

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