sábado, 24 de novembro de 2012

Labirintos

Tal como a Phoenix,acreditamos que renascer é parte de um propósito ,cujas etapas precisamos vencer todos os dias,pois estamos morrendo e lentamente renascendo ou sendo renovando num processo ad eternum...
Literalmente,nos renovamos nas células que são descamadas,nos cabelos que são substituídos,nas unhas que crescem..., embora sem mais aquelas expectativas do primeiro nascimento,quando nos esperavam e faziam festas e soltavam balões e alguns até davam tiros com os velhos bacamartes dos avós,guardados para essas ocasiões.Agora não, morremos asfixiados diante de tantos “causos “ mal resolvidos:os nossos próprios ,envolvidos em lamentos e os do mundo a nossa volta que ,muitas vezes, lamentamos fazer parte. E pagamos por todas essas escolhas e infortúnios .E sofremos para saber, que renascer ,embora seja às vezes doloroso, faz com que não desistamos...mesmo se somos titereados, mesmo que não passemos de marionetes nas mãos do destino.
As feridas curam...as cicatrizes permanecem. E elas criam grossas placas de quelóides em torno desses espinhos dos cardos secos e dos tropeços nas pedras do caminho.As primeiras decepções ,não marcam senão com uma mera linha avermelhada, que a proporção que se repetem estigmatizam o nosso corpo e maculam a nossa alma.O quelóide físico é uma cicatriz grosseira, mostrando a mancha como reação ao erro cometido;a sequela da alma não é visível, para causar repugnância a outrem ,mas nos debilita,nos enfraquecem e nos enche de receio das novas experiências.Muitas vezes, as marcas são tantas, que não sobra mais espaço para marcar e os estigmas da alma envoltas nas tristezas e melancolias faz com vejamos unicamente o cinza das manhãs sombrias...Com tudo,acreditamos no fado dos propósitos e quando eles já estiverem resolvidos é hora de ascender... E das escolhas dos caminhos longos e tão tortuosos,permitido por Chronos ,extraímos a sublime singularidade e ascetismo da brevidade de Kairós ,para finalmente sobreviver perene em Aion.
JATeixeira.
"Eis que ressurjo. De vez em quando paro e me fecho. Reflito, me perco um pouco da alegria até que a chama retorne e eu consiga sorrir novamente. Sempre fui assim... Não sou especial e isso tudo não me torna diferente... Não canto, não toco um instrumento, nem sei se tenho o dom da palavra, por isso não me considero inolvidável. E sei que tudo isso que sinto, vivo e faço é resultado de uma grande verdade...
Um dia acreditei em Papai Noel e não estava errada. Essas coisas realmente existem. Outras, não. Sempre quis ser poeta, escritora e mantive, em todas as horas, esse sonho aqui juntinho de mim... Mas um dia eu tive que acordar e encarar o mundo além do meu pequeno espaço.
Sei o que vivi quando o céu azul do Crato era tudo o que me importava. Sei o quanto a alegria sempre me fez/faz bem. E não pedi a Deus por tais modos de pensar e de ser. Nem sei também se quero mudar. Ainda não descobri se vale a pena. Sou assim mesmo; é coisa do sangue que me corre nas veias. Sei que sou paciente no lidar com as pessoas, a vida, as coisas, mas na verdade, não tenho paciência para aturar um monte de outras coisas.
Já chorei muito, agora me falta tempo e vontade. Já voltei atrás vezes demais. Já não voltei atrás e me arrependi. Já quis tentar fazer o sonho virar realidade e venho conseguindo, mas sempre, sempre sou sincera e não me arrependo de nada disso, nem me detenho".
Claude
Abraço.
CBB

Nenhum comentário: