segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O farol



Po Chou Chi,chinês, radicado nos Estados Unidos produziu  essa animação o farol( Lighthouse) Plena de simbolismos , onde retrata com ternura a relação pai/filho,com  amor,ternura  e respeito. Mostra  a estreita relação entre o começo e o fim ,ou entre o fim e um novo  começo, numa  ciclo estreito e eterno que encerra todas as nossas certezas !








Ao Pé do Farol


“Li,  certa vez que, ao  pé do Farol, não  há luz. Mas  o que dizer,quando falamos  não de uma proximidade  geográfica, mas emocional,  como na relação entre  pai e  filho, por exemplo?
Somente  hoje, distante de meu  pai, vejo o suficiente  para enxergar, com relativa  nitidez, a luz de  seu Farol e para  compreender  a liberdade  acolhedora de seu amor  que, à época, eu percebia  como sufocante e limitador.

 
Foi  preciso jogar-me ao  mar, navegar nas ondas e  intempéries daquilo a que  chamamos vida, para vislumbrar não  somente em que me  tornei, mas também para  reconhecer a segurança do  porto de onde parti.
Só  assim pude entender não apenas o que hoje sou, mas de que raízes  brotei…
Lembro-me de, quando jovem, ter dado a meu  pai um livro do   poeta Kahlil  Gibran. No  capítulo “Dos Filhos”, Gibran escreve:
“Vossos filhos não são vossos filhos. São  filhos e filhas da ânsia da  vida por si mesma.”
Eu, como  todo jovem, clamava  por liberdade. E, como  jovem, ignorante e esquecido dos perigos do desconhecido, enxergava  apenas o mar que  à minha frente se  expandia.
Dar o livro a meu pai  era como dizer a  ele:  deixa-me viver, me conceda  a liberdade plena da experiência.”
Lembro  que toda vez que  discutíamos sobre liberdade, ele me falava  dos perigos que a  vida nos reserva.
Mas  eu, que estava ao  pé do Farol, enxergava apenas a beleza  do horizonte e meus olhos não percebiam  a dureza do percurso…Hoje  sou pai.
Os  filhos crescem, amadurecem e percebo que, como  muitos pais, continuo  a tratá-los como se tivessem sempre a mesma  idade, a mesma mentalidade,  as mesmas fraquezas…
Como  hoje eu entendo que, para aprender a navegar, precisamos desafiar  as tormentas e as borrascas do mar, é chegada a  hora de aceitar um dos inevitáveis desígnios  da vida:  se  nossos filhos estão  ao pé do Farol, eles só  poderão ver a luz se entrarem mar adentro…
E  o melhor que podemos  fazer, é desejar-lhes  boa viagem.
E  torcer para que carreguem consigo um pouco de suas  raízes”.
– Autor Desconhecido
 

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