terça-feira, 26 de janeiro de 2010


Adoção

 

Anda por aí uma balbúrdia em torno do tema da adoção Gay.

Não escondo que sou contra – embora creia que, desta feita, não por homofobia (que assumo).

Todavia não vejo, no caso, necessidade de soerguer penosamente uma Teoria Geral por sobre a minha epidérmica repugnância pela consagração, ou sagração, jurídica da figura.

Acho que o argumento de que a adoção  é a "engorda para pedófilos" vale tanto como o argumento de que a identidade sexual, ou as preferências sexuais, dos adotantes não são influentes na configuração da personalidade do adotado, e até na futura determinação das suas opções.

Se houvesse Teoria Geral, deveria antes apontá-la contra a politização do assunto: a admissão de lobbies gravitando em torno de pretensas "identidades sexuais" é um recuo civilizacional, para os tempos em que se admitia a menorização cívica de pessoas ou grupos que, pela mais crua estigmatização, eram culturalmente representados como seres "sexualmente sobredeterminados", como seres predeterminados a uma espécie de servidão sexual (hoje a pornografia alimenta-se ainda desses estereótipos, sem dúvida fazendo apelo às pulsões "reptilíneas" do nosso bulbo raquidiano).

Se houvesse Teoria Geral, seria contra essa repolitização de uma vontade de "servidão ao sexo" que reemerge nas vestes de "identidade sexual", seria contra esse recuo civilizacional que se acoita numa expressão despudorada e arrogante da "power politics".

Talvez os arautos da causa tenham algum ganho com isso. Não decerto aqueles que, sem se privarem das gratificações e implicações das suas vidas sexuais, não querem ficar confinados a elas, não querem reivindicar estatutos cívicos através delas, não querem ser ghettizados por elas, não querem ser glorificados nem crucificados por elas (e menos ainda glorificados por pseudo-crucificações).

Não sou contra a adoção por um homossexual.

Sou contra a adopção por alguém que queira exibir, nesse acto de adopção, a sua condição homossexual – como se através dessa exibição esse alguém pudesse, por averbamento, alterar a qualificação jurídica (e, através dela, a qualificação moral e política) do acto.

É contra esse alarde desvirtuador que manifesto a minha repugnância – mais esse corolário da degeneração civilizacional em que se tornou a "sexual politics".

Pelo Jansenista

http://jansenista.blogspot.com/

 

Nenhum comentário: