quinta-feira, 19 de agosto de 2010

João de Barro, Joana-Forneira,- Furnarius rufus


Quando éramos pequenos,na AURORA da nossa vida,certo dia andando pelo campo encontramos um ninho de João-de-Barro ,nunca o tínhamos visto tão baixo .Geralmente eles são construídos a uma altura segura.Longe das ameaças dos homens ou predadores,mas aquele estava tão baixo que pudemos alcançá-lo. Percuti três vezes com batidas ritmadas,duas curtas e uma longa:Toc Toc....Toc,na porta da casinha,como quem diz:ô de casa ! O pequeno Joãozinho, pôs a cabeça pra fora pra ver quem era o intruso ou conhecido que o chamava,como quem diz:-"Quem vem lá?.Nos surpreendemos com a presença desse pequeno “Forneiro” que ainda hoje, depois de tanto tempo, povoa as nossas lembranças.

De imediato, fechamos a entrada com a mão e levamos pra casa esse novo amiguinho,feliz e ligeiro cantarolava pelo caminho, fazendo mil planos para os novos filhotes,pois sabíamos dos ovos ali presentes.
Aprisionamos aquela pequena ave, sobre os protesto do nosso pai que nos ensinava o porquê de não prender tais pássaros,ou outros animais silvestres.Primeiro,disse-nos ele:é uma ave adulta e jamais vai suportar a perda da liberdade;segundo, o tipo de alimentação dele não é o mesmo que a nossa.São aves que comem pequenos insetos e ajuda ao homem a controlar essa pragas que infestam as lavouras. Mas, mesmo assim,em sua condescendência natural, ele sempre deixava que permanecêssemos com esses pequenos achados ,com aquela avezinha engaiolada e os outros tantos pequenos animais que trazíamos para casa,para na manhã seguinte desaparecerem misteriosamente...

Parece que as suas palavras não surtiam efeito,ou que não a estávamos ouvindo,ledo engano,elas calavam tácitas e quedavam silenciosas nas profundezas dos labirintos de nossa formação,para se revelarem senão tardiamente e no tempo hábil que se faz necessário brotar...assim como as sementes depositadas na terra,tem o tempo certo para germinar e emitir seus pequenos brotos e se tornar árvore com aquela que a originou .Hoje tão distante daquele ensolarado verão ainda vejo e revejo tais imagens pulularem daquele passado remoto e longínquo e desfilarem diante mim, num caleidoscópio festivo e risonho e hoje sabemos que as quantas tentativas e concessões do meu mentor e ídolo era não contrariar; e dessa maneira,nem que fosse por instantes tão breves ,a sua concessão nos deixava felizes . No dia seguinte ele sempre inventava uma história, cheia de verossimilhança, para explicar como a pequena ave ou os outros aprisionados, encontraram um meio de fugir do cativeiro.

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