quinta-feira, 12 de abril de 2012

As doze badaladas e o libido da terceira Idade

Devido ao falecimento do avô, aos 95 anos, um neto vai visitar a avó de 85 anos,dez anos mais nova que o marido

Quando ele chega, a encontra num choro profundo e inconformado.

Depois de acalmá-la, ele pergunta o que aconteceu,pois tinha visitado o avô na semana anterior e ele aparentava muita saúde:

-Afinal, Vovó que aconteceu?Como o vovô morreu?
- Ora,morreu de uma parada cárdio-respiratória quando estávamos no nosso ritual amoroso - confessa a avó,toda envergonhada.Todas as semanas,às quartas-feiras,nós tínhamos o nosso encontro amoroso.
O neto,surpreso, lhe diz que em idade mais avançada esses rituais não deveriam acontecer,era muito perigoso, o excesso de esforço pára o coração .
Ao que a avó lhe afirma,que eles eram muitos cuidadosos e sem exagero conseguiam facilmente:Seu Avô era um Grão-Mestre e seguia o manual "ipsis litteris",nunca nada dava errado.Os nossos encontros era sempre as quartas feiras e nós seguíamos o ritual ,ao pé da letra,sem afobação.Acendíamos incenso de mirra depois as velas e fazíamos a circulação por trás cama,que ele teimava em chamar altar de Afrodite,isso nos aquecíamos um pouco, em seguida tomávamos uma taça de vinho tinto.
Nesse momemento que estávamos aptos... Seguíamos o compasso das doze badaladas argentinas,que soava no campanário....Calmamente Ding-Ding-Ding...Todo funcionavam tão bem ...Era uma sincronia perfeita.
Seu avô sempre dizia que aquelas doze badaladas do mundo visível fazia despertar a “libido” do reino invisível ,desde os primórdios da humanidade,que esses sons de compasso pausado ,impele a ação de forças ocultas da natureza e nos inclinam à ação.Essa dozes baladas argentinas têm uma força tão descomunal que favorece a conjugação perfeita do espírito com a matéria ,podendo reviver até o velho e moribundo princípio da origem e fim, da árvore da vida.Pois ele traz vigor e energia em equilíbrio

-Mas,para nossa infelicidade,aquele dia,aquela quarta-feira fatídica ,colocaram para soar as doze badaladas um aprendiz.
Ele desconhecia o compasso pausado do toque ,que propicia essa égregora de paz e Harmonia Universal num reflexo da vibração do próprio universo.Que faz tudo funcionar.... seu avô seguiu aquele ritmo(acelerado) e o coração parou...,se tivesse sido um mestre ele ainda estaria vivo !


JATeixeira(adaptação)

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