quinta-feira, 24 de julho de 2014

Saudação





Líamos em  uma pagina  de “La Repubblica” considerações sobre a maneira de como nos saudamos ou nos cumprimentamos: (“Non c’ è peggior modo di salutare che dire SALVE, parola che, di per sé fredda e sgraziata, viene quasi sempre gettata, più che detta...”)-  Não existe pior maneira de cumprimentar à alguém do que usar SALVE,palavra que por si só é fria e desgraçada,vem quase sempre jogada,ao invés de dita...”tradução livre.
                             A imagem revela a saudação  articulada, elaborada e falsa



Nós acreditamos que o próprio étimo latino  salutāre,por si só já indica que desejamos saúde a outrem ,quando o cumprimentamos.Os latinos ainda  expressavam-se assim como quisesse exprimir um desejo profundo de almejar saúde,pois (salve)salvere significa dizer:esteja bem,com boa saúde,passe bem.Ainda hoje encontramos, com bastante frequência, pessoas de mais idade dizer quando se despedem:Passar Bem!
Mas,os rótulos,a mácula, o modismo das marcas que tingem... nem sempre  portam as cores felizes das tardes ensolaradas de primavera,muitos ou talvez pessoas rançosas joguem as palavras, com diz o articulista,cumprindo um mero ritual de civilidade ou um mal estar interior de uma noite mal dormida,ainda com hálito acre da pinga barata.

Não importa com saudamos à alguém.A melhor saudação pode nem ser dita.Muitas vezes  um olhar ,com olhos vívidos e brilhantes acompanhado de um sorriso, ou em outras,um  olhar meigo e carinhoso,para a bem-amada ,revela a “tenerezza”o que temos dentro de nós mesmos e é essa ternura  que usamos  para trocar.A saudação não é mais do que uma troca.Não é a palavra em si que  desagrada, é a maneira como ela é dita.A frieza não está na palavra .As palavras em si mesmas não tem nada.O tudo ou o todo portamos nós,está contido na singeleza dos nossos gestos ou  na rigidez do nosso coração ,que exprime a frieza e a dureza que ,vem de dentro,  atravessa as retinas e fulmina ou explode em alegria e melhora os nossos dias e dos nossos pares...
E na verdade, o que importa nisso tudo é o que nos revelamos nesse gestual simbólico de cumprimentar e  revelando o que nós somos e se outrem,a quem cumprimentamos, não encontra-se  bem no momento desse cumprimento, pouco importa.Nós estamos,exprimimos e manifestamos o melhor de nós mesmos e não devemos nos curvar  diante da insipidez e malevolência de outrem ,onde o que importa é o que  nós somos e não o que os outros querem nos tornar:  amargos e iguais a si mesmos. É preciso que se aplique a onde formos, as virtudes que temos aprendido, tanto na em elevação de templos a tais postulados que nos melhoram e nos evoluem,quanto nos opor tenazmente aos seus contrários,cavando-lhes masmorras e  enterrando no eterno esquecimento tais atitudes mesquinhas e de estranhas bizarrices.

Às vezes,as palavras podem ser  ditas com reserva  e acidez e quaisquer que sejam, até sobre o Amor,pode se revelar  em um  rancor mecânico e doentio.Quando éramos criança ouvíamos os velhos usarem essa palavra:SALVE.Para nós crianças,  a associávamos a vida e a morte.Quem está salvo?Do que ?Outros, usavam a sua correspondente latina Ave!Alguns outros, usavam Viva! Ou sua correpondente latina: vivat.vivat aeternum vivat !
Acreditamos que a melhor maneira de saudar a alguém é com um riso farto e franco   que nos aflora os lábios ,vindo de dentro dos nossos desejos não importando a palvra em si mesmo e sim a conotação dada,evoca,desejada e  que iremos exprimir seja Salve, Viva,Bom Dia,Olá  ou  simples e singelo Oi, onde o que verdadeiramente importa é  que esse sentimento se expresse e se revele de acordo com a frequência que é emitida e vibra dos acordes  mais profundos do  nosso coração!
Tenham todos um Bom Dia !

-”Ma,Salve tche! Te aprochega,índio véio!
”Puxa o banco e vai sentado!.
Pois enquanto a chaleira chia o amargo vou cevando”!*
*-do romanceiro popular  gaúcho
JATeixeira

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