segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Dualidade


O universo é feito de contrários.
E nós, seguindo desencontrados,
Nos cruzamos tantas vezes,
Nesses corredores estreitos,
nessas madrugadas insones e silenciosas.
Ainda posso sentir o teu perfume rarefeito,
Inebriando a atmosfera do meu leito
que ainda me extasia .
Já que quase amanhece o dia
O sax silenciou, então eu deito
E ouço não mais a sua melodia
mas uma dor que geme no meu peito
Ainda, imagens retidas nas retinas:
Teus cabelos a deslizar suavemente,
O hálito cabernet e o teus dedos a taborilar,
denuncia tua timidez...tão displicente
como a minha aparente calma a esperar...
Quase nos tocamos,quando amanhece.
Como o sol e a lua e estaremos,eternamente
Fadados a essa separação,
E sabemos que o que mais nos entristece
É ter esse destino,como maldição.
Saber que por um momento ,quase tocar te posso
Na penumbra fria, das longas noites de inverno.
Prisioneiro de uma paixão claustrófaba, que consome...

Suporto na penumbra da noite insone
A tortura de que como Dante, só mereço o eterno fogo
Pois, como linhas que jamais se tocam.nesse jogo
Cumpriremos esse fado de andar em paralela
E embora tão próximos ,o que martiriza
É sentir teu hálito,é sentir a brisa
É saber que é esse meu castigo eterno

JATeixeira

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