quarta-feira, 18 de maio de 2011

Fatum

"O verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos: minhas primeiras pátrias foram os livros MYoucenar. Em menor escala”:... A terra que viu nascer!

Acreditamos na permanência além das coordenadas geográficas, que subjuga o espírito e aprisiona o corpo, pois a alma transcende os limites dessa prisão que cerceia as escolhas que nos tornam livres ,ela vai além da dor da perda da capacidade de voar.
Embora tivéssemos saído cedo de casa,aprendemos a conservar ,na essência,os fundamentos que perduram:o amor indistinto pela pureza em cultuar o simples e pela diversificação em aprender, para evoluir, sem abandonar ao fundamentos essenciais que nos compõe e nos dá forma. Sempre achamos pequeno o regionalismo bairrista e míope, presos e presa de ideologias cheias de bolor. Dentro das diversidades e dos ambientes, preferimos acreditar na aldeia e nos seus aldeões, onde sua filosofia e conduta não se apóia em apelos midiáticos e globalizados ou “refrões” temporárias e falíveis.Preferimos nos apoiar no adensamento cultural, brotado das experiências simples e palpáveis , consistentes e autênticas, que dá vigor e sustentáculo aos ditames da virtude ,da ética e moral patriarcal que nos guia e nos mantém sempre no caminho da LUZ ,que nos nutre.Não necessariamente do regional onde demos os primeiros passos, que não eram os nossos, e sim a continuação dos passos ancestrais que iniciaram e escolheram aquelas sendas que trilhariam. Acreditamos na seiva dali colhida, que faria a semente medrar em qualquer solo com iguais características da célula matriz, em um outro regional qualquer,que elegemos para viver.


Sabemos que somos universais, por conta da nossa genética que não difere dos outros tantos espalhados sob esse universo carbono; mas as bases sólidas das origens, de todos os lugares circunscritos, nesse universo que lhes confere a substancial diferença, desde os trejeitos das palavras que pronunciam, às músicas que gostam e dançam, a gastronomia que os alimentam e a bebida que os inebriam ou até as historias que contam para suas crianças dormirem ou formarem suas personalidades, ajudando-os a tornarem-se livres: diferentes,autênticos,personalíssimos.Essas escolhas que nos confere essas marcas únicas, e as vezes até, e intransferíveis daqueles que permanecem... e nos dá pontos irrequietos e comuns àqueles poucos que abrem também,as suas próprias sendas e caminhos que trilharão... que nos diferenciam do regional contrito, satisfeito,plenos com o mundo em sua volta e partindo para o universal, apenas com os pés nessas essências, que os nutre e alimentam, e partindo para se alimentar da veia umbilical do próprio mundo: umbigo mater ,origem de todas as diáspora e apto à nutrir à todos que o descobre e ajudando-os a formarem seus próprios destinos,a partir do berço universal da árvore da vida.


Ouvimos ,certa vez,de um juiz que conferia o título de cidadania dizer aos que recebiam esse título, que essa escolha os tornavam mais cidadãos daquele país do que ele próprio,não por abdicar da cidadania anterior e sim, por escolher o país que queria para viver.
E esse ímpeto em partir e escolher criar a própria saga,a própria história é o que nos torna diferente dos que ficaram.Não pelo ato em si ou ousadia em partir rumo ao desconhecido e sim por querer ver além das colunas de Hercules,para muitos onde tudo se acaba e para esses onde começa uma nova história;ousar ver além dos que nos mostram a visão ou os caminhos que os outros apontam e que ajudaram a forjar. Forjamos com os nossos passos, o nosso próprio caminho e destino mas,"se o destino exigir,cederei"(Fata si poscunt, dabo)
JATeixeira

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